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'O arroz tá muito caro, Bolsonaro', diz mulher durante passeio do presidente em Brasília

Após ouvir a crítica, Bolsonaro deixou a Praça dos Três Poderes e, pelo Twitter, disse que não vai tabelar o preço do alimento

Por Emilly Behnke
Atualização:

O presidente Jair Bolsonaro foi cobrado neste sábado, 19, por uma apoiadora sobre a alta do preço do arroz. “Presidente, não esquece o arroz”, disse uma mulher na Praça dos Três Poderes, onde o chefe do Executivo parou para cumprimentar pessoas e tirar fotos, sem máscara, depois de ir a um evento religioso nesta manhã.

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“O arroz tá muito caro, Bolsonaro”, completou a apoiadora, que não foi identificada. "Se os problemas do Brasil... é só o arroz, tá resolvido", respondeu o presidente fazendo sinal de "joia", sem dar mais detalhes. 

Debaixo de sol, o chefe do Executivo conversou brevemente com populares, usando terno e gravata, e segurando um picolé na mão esquerda. Paradas rápidas na Praça dos Três Poderes durantes os finais de semana são comuns na agenda do presidente. 

Bolsonaro embarca emcarro oficial ao sair da praça dos Três Poderes Foto: Dida Sampaio/Estadão

O pedido da apoiadora escancara a insatisfação popular com a disparada recente do preço do arroz, um dos principais componentes do prato do brasileiro. O aumento da demanda interna e externa pelo produto foi influenciado pela pandemia do novo coronavírus e refletiu em alta no preço.

Tarifas

Após a crítica da apoiadora ao preço do arroz, Bolsonaro encerrou a passagem pela Praça dos Três Poderes. No Twitter, o presidente voltou a dizer que não vai tabelar o preço do alimento.

"O Ministro da Justiça foi atrás de informações sobre o preço do arroz. Nunca sequer pensamos em tabelar algo. Isso nunca deu certo", escreveu Bolsonaro em sua conta pessoal no Twitter. 

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A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, já avisou que, apesar dos esforços do governo em negociar com produtores e zerar tarifas de importação até dezembro, o atual patamar de preços só deve baixar mesmo a partir de 15 de janeiro, quando entrar a safra brasileira.

"E tudo indica que será uma safra muito boa, pelo que estamos vendo. Teve aumento de área e deve ter de produtividade", afirmou a ministra na última quinta-feira, ao participar do Estadão Live Talks, evento realizado em parceria com a Tendências Consultoria Integrada.

Na semana passada, a Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Ministério da Economia, anunciou a redução total, até o final do ano, da alíquota de importação para uma cota de 400 mil toneladas de arroz. Em declarações recentes sobre o assunto, Bolsonaro negou a possibilidade de interferência no mercado e de tabelamento de preços.

Como o Estadão/Broadcast mostrou, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério da Agricultura que coordena o estoque de alimentos no País, a decisão de zerar a alíquota de importação deve ter efeito a partir do próximo mês. A expectativa é reduzir a instabilidade nos preços, que chegaram a subir mais de 100% nos últimos dias.

Aglomeração

Ao deixar a Praça dos Três Poderes, o chefe do Executivo ainda fez uma parada rápida no Palácio do Planalto. Ele permaneceu no local por pouco tempo, seguindo depois para a residência oficial, o Palácio da Alvorada. Chegando ao local, o presidente parou brevemente para cumprimentar apoiadores que o esperavam em frente ao Palácio.

Pela manhã, Bolsonaro participou da abertura de uma convenção evangélica na sede nacional das Assembleias de Deus Ministério de Madureira, em Brasília. O evento reuniu cerca de 850 pessoas, segundo informações da organização.

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