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O aumento da longevidade reduz a aposentadoria

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Por Redação
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Caiu, neste mês, o valor da aposentadoria por tempo de contribuição, dado o aumento das estimativas do IBGE de esperança de vida ao nascer, de 72,86 anos, em 2008, para 73,17 anos, em 2009.Quem não adiar o pedido de benefício terá perda variável conforme o tempo de contribuição e a idade, com base no fator previdenciário - a regra que desestimula aposentadorias precoces. Um segurado com 55 anos de idade e 35 anos de contribuição tem de trabalhar mais 41 dias para obter o mesmo valor de uma aposentadoria pedida em novembro, calcula a Previdência Social. Outro, com 60 anos de idade e 35 anos de contribuição, contribuirá para o INSS por mais 48 dias. Entre 1980 e 2009, a esperança de vida ao nascer aumentou 10,6 anos. E, entre 2000 e 2009, passou de 70 anos para 73 anos na média. Para as mulheres é de 77 anos e para os homens, de 69 anos. O fator previdenciário reduziu o valor das aposentadorias, em termos reais, de 14,4%, desde 1999, calculou a Conde Consultoria, em recente reportagem do Jornal da Tarde. Em compensação, a aposentadoria será recebida, em média, por mais tempo - e as regras de concessão de benefícios não incorporaram todo o aumento da expectativa de vida. Um homem que se aposente aos 60 anos tem a expectativa de receber o benefício durante 21,3 anos, calcula o IBGE.Entre 2000 e 2030, as contas previdenciárias serão beneficiadas pelo "bônus demográfico" - a população em idade de trabalhar, de 15 a 64 anos, aumentará em relação às demais faixas. E, entre os primeiros 11 meses de 2009 e 2010, aumentou o número de empregos com carteira assinada, a receita do INSS (16%) e o montante de benefícios previdenciários (13,3%). O déficit previdenciário caiu de 1,55% do PIB para 1,4% do PIB.Na melhor das hipóteses, o déficit tende a se estabilizar na fase do bônus demográfico, ajudado pelo aumento do emprego formal - mas nada assegura que o ritmo de 2010 seja sustentável. Em 2011, a Previdência Social sofrerá com o PIB crescendo menos e com o aumento real do valor das aposentadorias. Na era Lula, o valor real dos benefícios aumentou 31,2% e o do salário-mínimo 53,6% ( base de cálculo de 68,9% dos benefícios) . A fixação do salário-mínimo em R$ 540 é um raro sinal de equilíbrio.A queda no valor do benefício tende a ser maior, no futuro, com novos aumentos da expectativa de vida.O aumento da expectativa de vida deve ser comemorado, mas impõe novas revisões nas regras da Previdência, para evitar desequilíbrios insustentáveis no futuro.

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