25 de outubro de 2014 | 02h04
Além das incertezas decorrentes da "indefinição quanto à possível mudança de rumo na gerência da economia a partir de 1.º de janeiro", o boletim destaca a trajetória de queda da confiança empresarial, em razão da debilidade da demanda.
A análise do emprego é instigante, pois, embora o mercado de trabalho pareça estar bastante aquecido e em forte expansão, "uma análise mais cuidadosa mostra claros sinais de enfraquecimento".
Com dados do IBGE até agosto, a FGV mostra que a taxa de desemprego resulta da baixíssima desocupação, de 3%, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Excluída a área, haveria crescimento de 0,4 ponto porcentual na taxa de desemprego do País. O Rio também influenciou a alta do rendimento real, influenciada pela demanda de mão de obra para a Olimpíada e a reativação de investimentos em petróleo. Foi o aumento real da renda de 8,8% que permitiu elevar a renda nacional em 2,5%. Sem o Rio, cairia para 0,4%.
No plano fiscal, a deterioração não ocorreu apenas no governo central, mas nos Estados e municípios. "A situação fiscal desses governos merece atenção, em particular por causa das operações de crédito de grande porte aprovadas pelo Tesouro Nacional a governos cuja situação fiscal não é confortável".
Ainda mais grave, a piora fiscal não foi acompanhada de recuperação do investimento. Ao contrário, a FGV calcula que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) caiu 0,2% no terceiro trimestre e cairá 7,3% entre 2013 e 2014.
O cenário básico do Boletim Macro Ibre, assinado pelos economistas Régis Bonelli, Armando Castelar Pinheiro e Silvia Matos, confirma não só a estagnação presente, como as enormes dificuldades que se apresentarão neste fim de ano e em 2015. É um cenário que sintetiza os maus resultados da política econômica do governo Dilma - e o custo dessa herança para o próximo governo.
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