PUBLICIDADE

O Brasil não é uma McLaren, diz Furlan

"A expansão de 5% do PIB não virá de forma imediata, mas gradualmente", disse o ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio, referindo-se ao PAC

Por Agencia Estado
Atualização:

"O Brasil não é uma McLaren que atinge cem quilômetros por hora em três segundos". Com essa afirmação, o ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio, Luiz Fernando Furlan, procurou nesta quarta-feira, 24, rebater o ceticismo de boa parte dos analistas do mercado com o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). "Como o nome do plano diz, ele tem o objetivo de acelerar o ritmo de crescimento", disse. "A expansão de 5% do PIB não virá de forma imediata, mas gradualmente." O ministro que ficará "muito satisfeito" se a economia atingir um ritmo de crescimento de 4,5% até dezembro. "Em 2007, o Brasil entrará em sua rota de cruzeiro, com um crescimento em torno dos 5%." Segundo o ministro, são vários os motivos para se ter uma expectativa otimista com a economia brasileira em 2007. "O PAC é maravilhoso e o setor agrícola vai ter um ano excelente", disse. "E no setor industrial, por exemplo, os sinais são de que o setor automotivo vai quebrar seu recorde de vendas para o mês de janeiro." Em relação ao impacto do câmbio sobre as exportações, o ministro disse que o setor exportador "já se conformou" com a cotação do real. "O importante para os exportadores é a previsibilidade, para eles poderem planejar seus negócios sem surpresas", disse. "O real tem sido uma das moedas com menor volatilidade no mundo." Pedido de saída Embora tenha evitado comentar sobre seu futuro no governo, o ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio deu sinais de que teria pedido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sair do cargo. "Já apresentei todos meus motivos ao presidente, que tomará a decisão quando considerar apropriado", disse Furlan. Questionado por jornalistas quais seriam esses motivos, ele respondeu que são "de ordem familiar". Exibindo muito bom humor, o ministro disse que "quanto antes o presidente tomar uma decisão (sobre o ministério), melhor". No entanto, observou que ela não deverá ocorrer antes de meados de fevereiro. O ministro refutou recentes reportagens publicadas na imprensa que afirmavam que teria feito exigências para permanecer no cargo. "Em nenhum momento apresentei qualquer exigência ao presidente", disse. Após o evento de Davos, que será encerrado no domingo, Furlan vai tirar uma semana de férias nos Estados Unidos, para visitar familiares. Ele rebateu as interpretações de que isso sinalizaria sua permanência no ministério. "Não tem nada a ver", disse.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.