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O comércio prevê o pior Natal em duas décadas

O faturamento do comércio varejista do Estado de São Paulo deverá cair 7,1% neste ano e 5,1% em 2016, segundo a FecomercioSP. “Os consumidores vão procurar se endividar pouco”, afirma o diretor executivo da entidade, Antonio Carlos Borges. Com o aumento do desemprego e a queda da renda real, acompanhados do juro elevado, cresce o risco de inadimplência. “O próximo ano tende a ser extremamente difícil, pelo menos tão difícil quanto 2015”, prevê Borges.

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Por Redação
Atualização:

A situação é ruim para o consumidor e para os lojistas. Em valores reais, a receita de vendas do varejo paulista deverá cair de R$ 571,2 bilhões, em 2014, para R$ 530,7 bilhões, neste ano, e para R$ 504 bilhões, em 2016. A queda deverá atingir as 16 regiões pesquisadas pela FecomercioSP, sendo mais intensas em Campinas e Osasco e menos expressivas em Marília e no litoral. Neste caso, as férias poderão ajudar as vendas do varejo, com o aumento do fluxo de turismo, inclusive de países vizinhos, pois a desvalorização do real favorece os visitantes.

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A queda do varejo foi menos intensa em novembro, devido às promoções para o black friday (sexta-feira, 27/11), mas ainda assim houve queda das vendas de 0,3%, segundo a Serasa Experian. A queda foi ainda mais forte nos segmentos de veículos e de materiais de construção.

A expectativa é ruim. Não só os consumidores, mas os bancos e as lojas estão preocupados com a inadimplência.

Especialistas calculam que 59 milhões de consumidores acumulam dívidas com atraso de um a dois meses em montante superior a R$ 250 bilhões. A maioria pretende renegociar os débitos ou sair do vermelho, segundo a Associação Nacional de Birôs de Crédito (ANBC), constituída há poucas semanas pela Serasa e pela SPC Brasil.

A Boa Vista SCPC calcula que serão emitidos 14 milhões de cheques sem fundos neste ano, elevando-se a proporção em relação ao número total de cheques de 1,99%, em 2014, para 2,3%, em 2015. A iliquidez não afeta apenas as famílias: segundo a Boa Vista, os pedidos de falência de empresas subiram 17,8% entre os primeiros 11 meses de 2014 e de 2015 e as falências decretadas, 17,4%. Em novembro houve alta de 34%.

No sistema bancário, a inadimplência superior a 90 dias das pessoas físicas era de 5,8% em outubro, ante 5,2% no início do ano – e se deve, em grande parte, às operações com cartão de crédito e cheque especial. A saída é a renegociação, ainda que custosa.

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