PUBLICIDADE

Publicidade

O empreendedorismo que move o Brasil

Por ANDRÉ VIOLA FERREIRA e SÓCIO-LÍDER DE MERCADOS ESTRATÉGICOS DA ERNST & YOUNG TERCO
Atualização:

Em 2013, o Rio de Janeiro se tornará a capital mundial do empreendedorismo. Recentemente, a cidade foi escolhida para sediar o Global Entrepreneurship Congress, o principal evento mundial sobre o tema, que reúne 125 países que participam da Semana Global de Empreendedorismo, realizada no Brasil pela Endeavor. A escolha do país não aconteceu à toa.Crescimento econômico robusto, combinado a grandes melhorias nas políticas de incentivo à inovação, torna o Brasil um verdadeiro celeiro de jovens empreendedores. Entre os membros do G20, o Brasil é o terceiro ambiente mais favorável ao empreendedorismo, atrás apenas de EUA e China e ligeiramente acima de Alemanha e Canadá. Entre os jovens empreendedores brasileiros, 58% acreditam que o país é o melhor do G20 para negócios.Otimismo. A criação de novos negócios confirma o otimismo em relação ao país. Houve um salto de 29% desse indicador, entre 2005 e 2008, enquanto a média nos países do G20 foi de 11,8% no mesmo período. Além disso, 80% dos empregos criados no Brasil foram por meio de pequenas e médias empresas (PMEs). Entre os pontos fortes responsáveis por esse cenário estão o aumento do acesso ao Ensino Superior, graças, em parte, ao aumento de renda das classes menos favorecidas e a uma cultura mais favorável ao empreendedorismo.Novas oportunidades de negócios promovidas pelo crescimento do mercado doméstico, alta demanda por investimentos em infraestrutura, mercado altamente fragmentado em setores com potencial de consolidação, além do espaço para crescimento do mercado de capitais são fatores vistos como relevantes oportunidades para o desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil.Nesse cenário, é fácil compreender o motivo pelo qual, cada vez mais, o País tem se destacado em diferentes pesquisas relacionadas ao tema. Em 2010, por exemplo, dos 17 países-membros do G20 que participaram do GEM (Global Entrepreneurship Monitor), o Brasil é o que possui a maior Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA) - 17,5% -, seguido pela China e pela Argentina. A taxa é a maior desde que a pesquisa GEM começou a ser realizada no Brasil, demonstrando a tendência de crescimento da atividade empreendedora.A imagem do Brasil como destaque no empreendedorismo global é reafirmada diante da capacidade de sobrevivência das empresas em um cenário de negócios cada vez mais dinâmico. Segundo levantamento do Núcleo de Estudos e Pesquisas do Sebrae, divulgado em 2011, quando comparados números brasileiros com dados da OCDE (Organisation for Economic Co-operation and Development, em inglês), verifica-se que a taxa de sobrevivência de empresas brasileiras constituídas em 2005, após dois anos de sua abertura (71,9%), é superior, por exemplo, às taxas de países como Holanda (50%), Itália (68%) e Espanha (69%).Fórmula. Pode não existir uma fórmula para o sucesso, mas é possível identificar características em comum entre os empreendedores por trás das empresas sobreviventes. A Ernst & Young global realizou uma pesquisa com 685 empreendedores de mais de 50 países e constatou que 60% deles foram empregados antes de ter seu próprio negócio. Os mais bem-sucedidos enxergam oportunidades onde outros veem apenas risco.A Ernst & Young realiza anualmente, em 50 países, o prêmio Empreendedor do Ano, única premiação global que reconhece empresários que, com visão inovadora, criaram negócios de sucesso e contribuíram - e continuam contribuindo - para o desenvolvimento de seus países. O prêmio busca homenagear todas as "formas" de empreendedorismo, desde o empreendedor inicial, cuja empresa demonstra enorme potencial de crescimento, até aqueles que construíram histórias e companhias de sucesso que, hoje são parte do patrimônio econômico de seu país - e têm muito a ensinar e cujo exemplo serve de inspiração para milhares de jovens sonhadores.Esse reconhecimento é fundamental para fomentar um ambiente favorável ao surgimento e sobrevivência de novas empresas. No Brasil, a percepção de uma cultura empreendedora já é realidade, ainda que jovens empreendedores relatem algumas dificuldades na hora de abrir um novo negócio. Por aqui, estes desafios funcionam como verdadeiros motivadores da natureza empreendedora do brasileiro, qualidade que move o país em direção ao crescimento. E não restam dúvidas de que o empreendedorismo é imprescindível para o desenvolvimento de um país.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.