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O esforço da Kantar Worldpanel para entrar na casa do brasileiro

Brasil vira prioridade da empresa de pesquisa, que pretende visitar 11,3 mil lares para detalhar hábitos de consumo

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Por Márcia De Chiara
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A desaceleração no ritmo de crescimento da economia fez aumentar a procura de informações a respeito de como os brasileiros consomem alimentos, bebidas e artigos de higiene e limpeza por parte dos fabricantes desses itens do dia a dia. Neste ano, a Kantar Worldpanel, uma das maiores empresas de pesquisa de mercado, está expandindo em 40% a amostra de lares visitados no País. A companhia, presente em mais de 50 países, divide no Brasil o segmento de pesquisa domiciliar com a concorrente Nielsen.Até o ano passado, pesquisadores da empresa percorriam semanalmente 8,2 mil domicílios, acompanhando acuradamente o tíquete de compras dessas famílias para tirar uma fotografia do consumo doméstico. Neste ano, serão visitados 11,3 mil lares espalhados por todo o País, em cidades com mais de 10 mil habitantes. "Quando o crescimento da economia não é tão grande, o consumidor ajusta o orçamento às prioridades", disse ao Estado o presidente global da Kantar Worldpanel, Joseph Montserrat, em visita ao Brasil.Ele explica que fabricantes e varejistas procuram a empresa querendo conhecer exatamente como os brasileiros fazem esse ajuste: como trocam de produtos, de marcas e até de locais de compra. "Eles também querem saber detalhes sobre o mercado de consumo das regiões Norte e Nordeste, que ganharam importância", afirma. Entre as companhias que procuram a empresa de pesquisa em busca de mais informações sobre o mercado brasileiro estão grandes multinacionais já presentes no País, assim como empresas nacionais.Segundo o executivo, como o Brasil é prioridade entre as companhias multinacionais, elas estão interessadas em competir de forma mais eficiente com empresas locais que, por sua vez, estão preocupadas em reagir de forma eficiente à concorrência estrangeira.Essa disputa pelo mercado brasileiro se traduziu em mais trabalho para a empresa de pesquisa. "Crescemos no Brasil mais que o dobro da média global dos últimos cinco anos", diz Montserrat, sem revelar cifras de faturamento nem de investimento.O executivo afirmou que o Brasil vai absorver neste ano a maior parcela de investimentos da companhia, algo em torno de 20%, dentre os 50 países onde a empresa está. "Nossos clientes têm uma preocupação cada vez maior de entender os mercados emergentes. Fizemos investimentos importantes na China, Indonésia, Índia e México. Agora é a vez do Brasil", informa.Além de conhecer melhor o consumidor brasileiro, outra preocupação dos fabricantes de bens de consumo é definir onde a publicidade trará maior retorno nas vendas. "Um nova dificuldade para os fabricantes é definir se vão anunciar em meios online ou offline", explica. Por isso, a empresa acaba de lançar, em parceria com o Ibope, um produto que mede o retorno da publicidade nas vendas de acordo com o meio escolhido. "É um produto novo na Europa que trouxemos para cá."

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