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O esfriamento de preços de imóveis previne uma bolha

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Por Redação
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Entre janeiro e fevereiro, os preços pedidos pelo metro quadrado de imóveis anunciados na internet em grandes cidades brasileiras aumentaram 0,57%, em média, segundo o levantamento Fipe-ZAP. O porcentual é próximo do IPCA de 0,55% de janeiro e inferior ao IPCA-15 de fevereiro, de 0,70%. E confirma a tendência de acomodação dos preços dos imóveis - uma boa notícia para os compradores e para a economia, ainda que possa desagradar a alguns investidores, produtores e comercializadores de moradias.A pesquisa trata do valor das ofertas e por isso não reflete com precisão o valor das transações efetivadas. Mas o índice dá uma boa ideia das intenções dos ofertantes - que geralmente vendem um imóvel para comprar ou construir outro melhor. Ou, em menor escala, para fazer caixa e transformar uma escritura num título de renda fixa.Nas 16 cidades em que a pesquisa é feita, os preços pedidos entre janeiro e fevereiro oscilaram entre 0,37% negativo, em Porto Alegre, e 1,08% positivo, no Rio de Janeiro. Há circunstâncias locais que explicam as diferenças. No Rio, por exemplo, a proximidade da Copa do Mundo tende a elevar o valor pedido pelas locações temporárias, o que se reflete no valor das propriedades mais procuradas.Num período de 12 meses, entre fevereiro de 2013 e fevereiro de 2014, os valores pedidos ainda devem ser considerados muito elevados, com média de 13,1%, mais que o dobro da inflação oficial. Em Curitiba, a variação anual chegou a 34,9%; em Vitória foi de 17,1%; no Recife, de 16,9%; e em Florianópolis, de 16,7%. Mas no Rio (+15,2%) e em São Paulo (+13,5%) também superou a média. Nas sete principais capitais, a alta foi de 12,2% em média.Nos últimos 8 ou 10 anos, os preços dos imóveis mais que dobraram nas grandes cidades, em termos reais. Em alguns casos, a alta foi excepcional, como em áreas dos Jardins, em São Paulo, ou da orla da praia, no Rio. O argumento de que a procura é sempre maior que a oferta não deve levar as pessoas a imaginarem que os preços nunca oscilam para baixo - isso ocorre com mais frequência do que se imagina. Aliás, preços nominais estáveis por um ou dois anos já implicam perdas para quem precisa se desfazer do bem.O que se indaga é se há risco de bolha imobiliária no País. O mais importante é que o risco de crédito é baixo, porque financiadores - e mutuários - têm sido prudentes. Prejuízos para indivíduos são absorvidos sem maior trauma para a economia.

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