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O Estado brasileiro já não cabe mais no PIB, diz Delfim

Por Agencia Estado
Atualização:

O deputado federal Delfim Netto (PPB-SP) ao comentar o bloqueio no orçamento de R$ 6 bilhões, considerou a medida correta, pois o País necessita ter um superávit de 4,25% do PIB este ano, "e se sabe perfeitamente que o Estado brasileiro já não cabe mais no PIB". Ele salientou que "o bloqueio é uma medida preventiva para manter o regime orçamentário rigoroso". E prosseguiu: "Pelo o que eu entendi, a liberação dos recursos ocorrerá na medida em que a receita se tornar adequada. O Governo vai soltar os recursos com mais lentidão, no momento que souber que a receita fôr suficiente para atender o que tiver qu e ser liberado". Segundo o economista Delfim Neto, o Brasil ainda tem pontos em sua economia que são vulneráveis e explicou que está preocupado com a relação da dívida líquida com o PIB. "Enquanto não fôr divulgado o PIB de 2003, vou permanecer com uma dúvida sobre e sta questão, apesar do superávit primário. Se a relação não subir, deverá ficar pelo menos igual a atual", disse. Ele acredita em queda da taxa real de juros e que se tenha em 2004 um câmbio real sem exageros e com um superávit primário de 4,25% e com a decisão de bloquear o orçamento para liberação gradual, "vai se ter um orçamento para ser inteiramente cumprid o". Segundo o ex-ministro Delfim Netto, "o Governo acertou ao poupar o investimento e cortar o custeio. O que foi feito foi para evitar o que vinha ocorrendo nos últimos anos, ou seja, o custeio estava evoluindo 6% ao ano. Um absurdo, pois o PIB só crescia em média 2%. O Brasil chegou a um ponto em que o Estado não cabe mais dentro do PIB, dai a necessidade de se fazer o bloqueio que está sendo feito". Delfim Netto é contrário a contratação de mais gente para o funcionalismo público, considerando isto um exagero e afirmou: "Temos que ter uma máquina do Estado enxuta e competente, com alta produtividade. Assim é um Estado moderno".

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