‘O investimento em educação é uma tristeza’, avalia economista
Para Hélio Zylberstajn, da FEA/USP, ensino é acadêmico e não há investimentos em profissionalização
Entrevista com
Hélio Zylberstajn, economista da FEA/USP
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Hélio Zylberstajn, economista da FEA/USP
07 de março de 2018 | 21h36
O economista Hélio Zylberstajn, da FEA/USP, acredita que a saída para mudar o quadro de falta de oportunidade de mercado de trabalho para os jovens no Brasil é investir em ensino profissionalizante.
“O investimento em educação é uma tristeza, porque a educação que temos na cabeça é acadêmica e não investimos na profissional.” A seguir, os principais trechos da entrevista.
O sr. concorda com a constatação do Banco Mundial?
É evidente que o nosso sistema educacional compromete o crescimento da produtividade. Olhando para a oferta de trabalho o quadro é realmente esse que eles estão retratando. Para completar esse quadro temos de olhar para a demanda de trabalho também. Se o Brasil conseguir passar pelas dificuldades que temos hoje na área política, fiscal e retomarmos o vigor no investimento, principalmente em infraestrutura, vamos ter uma expansão do mercado de trabalho de vagas de baixa qualificação. Isso representaria oportunidades para esse exército de jovens pouco qualificados.
++ Metade dos jovens brasileiros têm futuro ameaçado, alerta Banco Mundial
Mas como reverter essa situação para empregos mais qualificados e que aumentem a produtividade da economia?Educação, educação e educação. Inovação, inovação e inovação. O investimento em educação é uma tristeza, porque a educação que temos na cabeça é acadêmica e não investimos na profissionalização. Países que deram certo têm um sistema básico educacional profissionalizante. Alemanha e Coreia são exemplos. Eles acoplaram o sistema educacional ao produtivo.
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