O valor das vendas (VGV) atingiu R$ 1,2 bilhão e superou em quase R$ 300 milhões o de maio (+36%). Também o indicador de vendas em relação à oferta apresentou melhora: a velocidade das vendas no mês foi de 8,6% e, nos últimos 12 meses, de 42%, em relação aos 39,7% de maio. É indicação de alguma melhora da liquidez dos imóveis, numa conjuntura econômica difícil. A comparação entre junho de 2014 e junho de 2015, apontando para um aumento das vendas de imóveis novos de 141%, não é considerada tendência, pois aquele foi o período da Copa do Mundo e a atividade econômica despencou.
Hoje, os compradores procuram unidades de menor área e, sobretudo, de menor preço. Imóveis com um e dois dormitórios representaram quase 78% das vendas na capital. Na média, os preços das moradias de dois dormitórios foi de R$ 356 mil - o que explica o escoamento, segundo o Secovi.
Salvo meses específicos, a comparação entre 2014 e 2015 ainda é desfavorável. Os lançamentos de junho (2.036 unidades) foram inferiores aos de maio e até aos de junho de 2014, nos dois casos em torno de 15%.
Os estoques caíram ligeiramente, de 28.118 unidades para 27.448 unidades (-2,4%), o que se explica pela demanda verificada nos leilões promovidos pelas construtoras e incorporadoras, em que desovam as moradias a preços 20% a 30% inferiores aos pedidos originalmente.
Este é um ano de incertezas para o setor, pois o crédito é mais escasso, a demanda diminuiu e faltam regras claras quanto à Lei do Zoneamento.
Acima de tudo, muitos compradores, mesmo que tenham acesso à linha de crédito, hesitam em tomar empréstimos de longo prazo, sem a confiança na preservação do seu emprego e, em especial, da renda necessária para pagar as prestações. A compreensível prudência dos compradores está tornando ainda mais difícil a vida dos empreendedores.