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O mobilizados de pessoas

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Por Redação
Atualização:

Sempre que trabalhamos em programas de capacitação da liderança, seja para empresas, seja para organizações da sociedade civil, procuramos mostrar que o exercício desta competência somente se mostra completo se considerarmos os quatro papéis exigidos para um líder: coordenador, mobilizador, empreendedor e educador. Hoje, gostaria de falar um pouco sobre o papel do mobilizador, essencial para a realidade das organizações.O líder mobilizador leva novas ideias para dentro da organização e conscientiza as pessoas sobre suas possibilidades. Tão certo quanto o fato de que a novidade é algo corriqueiro na vida da organização é que a primeira reação das pessoas será reagir com desconfiança quando as coisas mudam. Elas não fazem isso simplesmente porque não querem mudar, mas por sentirem-se inseguras frente ao novo e, com este receio, tendem a não enxergar as possibilidades que a nova situação pode trazer.É o líder quem tem, pela sua própria posição, uma visão mais ampla dos antecedentes, do momento presente e das possibilidades futuras. Também é ele quem tem conhecimento do que cada um de seus liderados pode fazer e do que eles podem conseguir, se trabalharem de forma cooperadora. Cabe a ele mostrar o quadro geral para seus colaboradores, destacar o que se pode ganhar e mostrar como o grupo pode usar seu conhecimento, habilidades e experiência para aproveitar as novas oportunidades.Outro aspecto importante diz respeito à forma como se trabalha com "o algo novo que vai surgindo", o que chamamos de emergente. A vida das organizações e, por decorrência, das pessoas que nela trabalham, é buscar permanentemente se adaptar aos desafios e às oportunidades que chegam de fora. É um trabalho que não para, porque "o mundo lá fora" sempre se transforma.Ao lidarem com problemas e oportunidades, as pessoas aprendem muito, mas muitas vezes deixam, por conta da pressão do dia a dia, este conhecimento se perder, não percebendo que ele é um dos principais recursos da organização. O líder não deixa que este tesouro se perca: ele incentiva a reflexão do grupo, mostra como as soluções encontradas devem ser preservadas e cuida para mobilizar este conhecimento e esta experiência em novas situações. Ele precisa estar atento para recolher e valorizar as iniciativas de seu grupo.Tudo isso vale tanto para as empresas como para organizações da sociedade civil, o terceiro setor, para as quais esses aspectos são ainda mais relevantes. Primeiro porque essas organizações têm, a partir dos empreendedores que as criam, forte comprometimento com a causa que decidiram abraçar. E se, por um lado, tal comprometimento é uma força que faz com que a organização supere as dificuldades normais, por outro, pode levar a que as mudanças sejam vistas como algo que vai contra o "que sempre fizemos aqui".Também o grande zelo pela realização do trabalho pode se tornar um ponto fraco. Quando permitimos que a rotina do dia a dia nos ocupe o tempo todo, deixamos de olhar os sinais que trazem novas oportunidades. E, o que é outro risco, deixamos de valorizar e registrar o grande conhecimento que nos é proporcionado exatamente pela maneira como lidamos com os desafios e obstáculos que o ambiente externo nos apresenta a cada dia.Em seu papel mobilizador, o líder deve compreender que sua atuação não pode estar simplesmente voltada para o "fazer acontecer". Ele também deve preparar as pessoas de sua organização para compreenderem as mudanças que ocorrem em torno e trabalhar com elas para fazer destas mudanças novas oportunidades para um real desenvolvimento. Também é sua responsabilidade incentivar as pessoas a valorizar mais o conhecimento que se adquire no dia a dia, que ajuda a construir a identidade e a cultura da organização e que forma o principal patrimônio que ela detém. Mobilizar pessoas: uma das tarefas mais nobres do líder.ADMINISTRADOR DE EMPRESAS, É DIRETOR EXECUTIVO DO INSTITUTO PARA A GESTÃO DAS ENTIDADES DA SOCIEDADE CIVIL (IGESC), LIGADO À FUNDAÇÃO INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO (FIA)

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