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''O pacote é populista e suas medidas, insuficientes''

Por Ana Paula Lacerda
Atualização:

O professor de Direito Tribútário da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fernando Zilveti, afirma que o pacote anunciado esta semana pelo governo é insuficiente e pode trazer problemas à economia. O pacote anunciado esta semana pelo governo, criando novas alíquotas de IR e reduzindo IPI e IOF, ajudará a estimular a economia? Vejo o pacote de forma crítica. Reduzir o IR para pessoa física é benéfico, claro. Mas o impacto é pequeno. É difícil calcular o quanto desse dinheiro será usado para o consumo, ainda mais em um momento de instabilidade de emprego. Muitos vão optar por poupar. Então, o que seria mais efetivo? As famílias deveriam poder deduzir mais com saúde e educação. Isso ajuda quem paga mais imposto, que é a classe média. As faixas também deveriam ser mais largas, para alcançar valores maiores. Desonerar é bom, mas da forma como foi feito, o pacote é populista. As medidas são insuficientes e podem causar problemas. Que tipo de problemas? De nada vai adiantar o governo reduzir impostos (e a arrecadação) se não reduzir os gastos públicos. Ele corre o risco de ficar com o orçamento completamente engessado e comprometer investimentos, o que seria péssimo para o País. Comprometendo investimentos, não haverá geração de empregos. E quanto ao IOF e IPI? A indústria automotiva foi a mais atendida esse ano. Houve redução, mas qual a contrapartida da indústria? Sou favorável ao corte de impostos atrelado a garantias de emprego, e da redução para todos os setores. Senão, quem fizer mais lobby será mais favorecido.

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