O valor de mercado das ações oscila conforme a procura e a oferta de títulos negociados em bolsa, que por sua vez depende de informações sobre a situação econômico-financeira das empresas emitentes. Não é medida de perdas e ganhos imediatos, pois eles só ocorrem quando o aplicador negocia os papéis. É indicador do patrimônio dos investidores, que, por isso, se sentiram mais pobres no ano passado.
A Ambev, por exemplo, a mais valorizada das empresas cotadas no País, com valor de mercado de US$ 95,9 bilhões em dezembro, perdeu 25% do valor em dólar em 2015, mas ganhou quase 10% em reais. Em dólar, seu valor é quase três vezes superior ao da Petrobrás (US$ 25,9 bilhões). Em 2015, o valor de mercado da Petrobrás caiu 46% em dólar e 20% em reais e o da Vale diminuiu 61% em dólar (para apenas US$ 15,8 bilhões) e 42% em reais.
O valor de mercado ajuda a medir o grau de confiança dos investidores nos resultados futuros de uma empresa. É, também, medida que facilita a comparação com outros mercados. Na região, os maus resultados da Colômbia se deveram, em parte, à queda das ações da Ecopetrol, mais acentuada que a da Petrobrás. Em dólar, as quedas das ações negociadas no Chile, na Argentina e no México não chegaram a 20%.
Com a desvalorização do real, o valor de mercado das 289 empresas com ações negociadas no Brasil era, em 2015, inferior ao de uma única empresa americana (Google, com US$ 528 bilhões). Em 2014, o valor de mercado de 304 empresas abertas do País correspondeu a 42,6% do valor das empresas negociadas nas bolsas latino-americanas; no ano passado, a 36,2%.
Os indicadores macroeconômicos brasileiros foram menores que os dos países da região. A bolsa não foi exceção.