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O próprio mercado diverge sobre o tamanho da alta

Por Cenário: Leandro Modé
Atualização:

Economistas e operadores de mercado têm posições divergentes sobre o tamanho da alta da taxa básica de juros (Selic) que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve implementar na reunião que começa hoje e termina amanhã. A maioria dos analistas acredita em uma elevação de meio ponto porcentual, que jogaria a Selic para 9,25% ao ano. O número resulta de uma pesquisa realizada pelo AE Projeções, no fim da semana passada, com 66 instituições do mercado. Dessas, 35 apostam em 0,50 ponto, 30 esperam 0,75 ponto e apenas uma crava um ponto porcentual. No mercado de juros da BM&F, a aposta por 0,75 ponto ganha por larga margem. Os contratos futuros de juros apontavam, ao final dos negócios ontem, probabilidade de 80% de elevação de 0,75 ponto e 20% para alta de 0,50 ponto. As apostas em um ponto eram poucas e foram excluídas do cálculo. Essa é mais uma das evidências de que a decisão desta semana é bastante difícil, diferentemente do que muita gente no mercado quer fazer crer. De um lado, há uma economia em franca aceleração, como mostram os indicadores de emprego, renda, vendas do comércio, produção industrial etc. De outro, há o ambiente internacional ainda instável, a prudência com que outros bancos centrais do mundo (mesmo de países em desenvolvimento) estão tratando a política monetária e o argumento de que o BC brasileiro já está mirando a inflação de 2011 - o que dá à autoridade tempo para apertar o ritmo nas próximas reuniões, caso seja necessário. As mesas de operações trabalharão freneticamente hoje e amanhã. E a aposta majoritária - 0,50, 0,75 ou até um ponto - pode mudar várias vezes ao longo de um mesmo dia.

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