O setor de tecnologia passa por grandes mudanças. A queda na venda de microcomputadores e no volume de ligações telefônicas é uma demonstração disso.
Abaixo, destaco cinco tendências importantes para este ano e os próximos:
Adeus às telas. Popularizada pelo smartphone, a tela multitoque deve perder força. Com a evolução da inteligência artificial e do reconhecimento de voz, a interação homem-máquina se aproxima da comunicação entre humanos.
Assistentes digitais, como Siri, Google Now e Cortana, tendem a ficar cada vez mais inteligentes, reduzindo a necessidade de buscar informações com os dedos. Além disso, o avanço da realidade virtual e da realidade aumentada sobrepõe o digital ao físico, e deve reduzir nossa dependência das telas dos celulares.
A consultoria Gartner chama esse cenário de “experiência ambiente-usuário”.
Insegurança ubíqua. Foi-se o tempo em que ataques digitais eram coisa de computador. A chamada internet das coisas faz com que precisemos ter cuidado com todo tipo de dispositivo, do forno de micro-ondas à usina hidrelétrica. Criminosos digitais agora conseguem causar danos físicos. Finanças distribuídas. A tecnologia blockchain, núcleo da moeda virtual Bitcoin, pode revolucionar o mercado financeiro. Ela elimina a necessidade de intermediários e garante a validade das transações.
Não dá para falsificar um pagamento numa rede que use o blockchain, pois a posição de todos participantes é registrada no dispositivo de cada um deles, e atualizada em tempo real.
A bolsa americana Nasdaq já começou a testar a tecnologia. É o fim das câmaras de compensação e dos cartórios.
Design generativo. A Airbus e a Autodesk apresentaram, no ano passado, uma divisória de cabine de avião criada com o chamado conceito de design generativo.
Com aparência orgânica, foi feita da seguinte maneira: a equipe de engenharia definiu suas características, como peso, tamanho e pontos de pressão, e o software gerou inúmeras opções a partir desses parâmetros, inspirado em processos como crescimento de ossos e de mofo.
Os projetistas da Airbus decidiram escolher a melhor solução dentre as geradas pelo computador, o que resultou numa estrutura mais leve e resistente.
Materiais autorreparadores. Pesquisadores da Universidade de Bristol, na Inglaterra, criaram asas de avião que se consertam sozinhas.
Eles acrescentaram à estrutura de fibra de carbono das asas microesferas com um líquido que, em caso de dano, é liberado e fecha rachaduras, antes de se solidificar.
Os pesquisadores que desenvolveram o projeto se basearam na cicatrização da pele humana. Outros materiais autorreparadores em desenvolvimento têm aplicações que vão de esmalte de unhas a grandes estruturas de concreto.