25 de junho de 2011 | 00h00
O indicador que foi mais positivo, em maio, será mais difícil de obter nos próximos meses - o aumento da colocação de papéis prefixados. O Tesouro considera que é mais interessante vender títulos prefixados porque a remuneração é previamente conhecida, ao contrário dos outros papéis, remunerados pela taxa Selic ou por índices de preços.
Comparativamente a abril, a participação dos papéis prefixados passou de 34,81% para 36,38%, mas, em julho, vão vencer R$ 117 bilhões nesses títulos, e ocorrerá, tudo indica, nova redução do peso relativo desses papéis, admitiu o subsecretário da Dívida Pública, Paulo Valle.
Um aspecto favorável da gestão da dívida é o cumprimento do Plano Anual de Financiamento (PAF), em 2010, e, provavelmente, também em 2011. O PAF fixa metas mínimas e máximas tanto para a colocação de dívida quanto para sua distribuição entre papéis com renda prefixada, flutuante (Selic) ou dependentes de índices de preços. A tendência de longo prazo é de redução do peso dos papéis atrelados ao câmbio, com diminuição dos riscos de oscilação cambial. Em outras palavras, se o real se desvalorizar (o que não se prevê, mas não é impossível), o Tesouro não sofreria impacto negativo, como no passado.
Além da boa gestão da dívida, melhor seria se o governo decidir reduzir seu montante, aproveitando o crescimento da economia e a boa arrecadação de tributos. Mas, ao contrário, mantém a política de vender títulos públicos - R$ 30 bilhões, neste mês - para transferir recursos para o BNDES, que os empresta a juros inferiores àqueles que o Tesouro paga aos aplicadores. Entre os beneficiados estão instituições financeiras (com 30% dos papéis), fundos de investimento e Previdência (40%), mas também investidores estrangeiros e, em pequena escala, pessoas físicas que aplicam no Tesouro Direto.
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