A avaliação do PAC foi feita pela organização Contas Abertas e considera apenas os investimentos diretos feitos pela União. Exclui, assim, os investimentos das estatais, como a Petrobrás, e os financiamentos da Caixa Econômica Federal (CEF) ao programa Minha Casa, Minha Vida, usados pelo governo para engordar os valores do PAC. A Petrobrás e a CEF representam a maior parte dos investimentos do PAC.
O PAC abriga cerca de 40 mil projetos, notadamente nas áreas urbana, de infraestrutura, saneamento, transporte e energia, e sua execução retrata a crise econômica do País, que reduz as verbas para investimento. Como proporção do PIB, a taxa de investimento brasileira está em queda e não deverá chegar a 18% neste ano. Em infraestrutura, foi de apenas 2,3% do PIB em 2014. Os cortes no PAC são “o resultado da crise econômica e das limitações do governo”, afirmou o secretário-geral do Contas Abertas, Gil Castello Branco. E os cortes não se limitarão a este ano.
Dos R$ 27 bilhões de 2015, nada menos que R$ 19 bilhões se referem a “restos a pagar”. Descontado esse montante, o saldo líquido até agosto é de R$ 8 bilhões. O total de recursos comprometidos e não executados relativos ao PAC já atinge R$ 42 bilhões, segundo Castello Branco. Essa é a soma dos investimentos no PAC prevista para 2016. Como enfatizou o presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Adriano Pires, o setor de infraestrutura deveria receber investimentos “e ajudar o País a sair da crise, mas infelizmente tem sido encurralado pela má gestão pública e pela total insegurança jurídica”.
Em vez de ser a “vitrine de investimentos públicos” pretendida pelo governo, o PAC tornou-se exemplo da incapacidade da gestão petista de cumprir o orçamento de investimentos, o que eleva custos e tolhe a competitividade das empresas.