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O retorno de uma revista que marcou época

Após 15 anos fora de circulação, publicação britânica que fez sucesso terá site e versão impressa

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Por Redação
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A edição de janeiro de 1999 da revista britânica The Face publicou uma carta anônima de um jovem gay de 17 anos ainda vivendo dentro no armário. Ele escreveu que uma matéria especial da revista, sobre clubes gays de hip-hop, lhe deu uma “fagulha de esperança”. A carta não foi assinada. A mensagem era de Stuart Brumfitt. Vinte anos depois, ele será o editor-chefe da nova versão da The Face, 15 anos depois do fechamento da revista, em 2004. “Essa foi a importância que a The Face teve na minha adolescência.”

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A publicação foi uma referência cultural para gerações de jovens britânicos. O retorno usará o mesmo logo de 15 anos atrás. A nova The Face primeiro será uma conta no Instagram, que será colocada no ar nesta semana, e se desdobrará para um website, a partir de meados de abril.

A primeira edição impressa só será distribuída no início do segundo semestre. A revista, que antes era publicada mensalmente, agora terá periodicidade trimestral. E precisará também enfrentar um cenário do mercado editorial completamente diferente do visto em sua fundação, em 1980. Com tanta conversa sobre conteúdo criativo e de marcas, ela ainda vai fazer jornalismo?

Pelo menos em sua encarnação original, era o que a publicação fazia. Fundada por Nick Logan, a revista era inicialmente uma publicação de música com sensibilidade de estilo. Entre os rostos estampados em suas primeiras capas esteve o do cantor David Bowie. 

A cada edição, a The Face ampliou seu foco para cultura jovem, comportamento, política e moda. “As pessoas lembram a The Face como uma revista de moda, mas ela era uma publicação de interesse geral”, diz Paul Gorman, que escreveu um livro sobre a The Face.

O retorno da The Face, por enquanto, tem cara de startup, mas a publicação não quer se render totalmente aos novos tempos: buscará ser um espaço de discussão para os jovens de hoje. O editor Brumfitt não quer trazer a publicação para a era dos “news feeds”. Pelo contrário: a ideia é ser um “porto seguro” contra a ansiedade do tempo real. “Queremos formar um espaço em que as pessoas possam desacelerar e ter perspectiva sobre o que está acontecendo.” 

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