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O salto na inflação dos idosos

Preços mais altos de alimentos e medicamentos empurraram para 0,8% no trimestre passado e para 4,75% em 2018 o Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade

Por Editorial Econômico
Atualização:

Os preços mais altos de alimentos e medicamentos empurraram para 0,8% no trimestre passado e para 4,75% em 2018 o Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). É uma boa indicação do aperto financeiro enfrentado pelas pessoas com mais de 60 anos de idade, em geral sobrecarregadas por empréstimos consignados e custos com o sustento de familiares mais jovens.

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Os índices de inflação representam uma média, não valendo, portanto, nem para qualquer família nem para qualquer classe de renda. Ainda assim, os índices que apuram o nível de inflação por classes sociais tendem a ser mais precisos do que aqueles que medem a inflação geral.

Em dezembro, o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda foi mais elevado para as famílias de renda muito baixa do que para as famílias de renda alta, o que não impediu que o índice em 12 meses fosse menor para as famílias de baixa renda. A alta de dezembro foi consequência da alta de preços de alimentos in natura consumidos nos domicílios, como legumes, verduras, frutas e carnes. Esses itens pesam muito tanto para a população mais idosa como para a população mais pobre, que gasta grande parte da renda com alimentação.

O IPC-3i superou em um ponto porcentual a inflação medida pelo IPCA, que foi de 3,75% em 2018. Já o indicador Ipea por Faixa de Renda, em igual período, oscilou entre 3,54% para as rendas muito baixas e 3,92% para as rendas altas. Mas a diferença de inflação entre as várias classes de renda está-se estreitando.

Problemas climáticos poderão pressionar para cima os preços dos alimentos in natura em 2019, teme o economista André Braz, da FGV. Além disso, os preços administrados também poderão subir acima da média.

No geral, os índices de inflação tendem a permanecer comportados em 2019. As perspectivas são favoráveis, a começar do índice oficial de inflação (IPCA), estimado, em média, em 4,01% pelas consultorias privadas que fornecem dados para o boletim Focus do Banco Central.

A inflação sob controle é fator essencial para a preservação da renda real dos trabalhadores e do poder aquisitivo da moeda, contribuindo, portanto, para dar alento à atividade econômica. Se os juros caírem mais rapidamente, o consumo em geral será beneficiado.

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