
13 de setembro de 2014 | 02h02
Os dados do varejo foram inferiores aos estimados pelas consultorias econômicas - mais um elemento revelador da intensidade da desaceleração das vendas, que no ano passado cresceram 11,8%.
Pelo critério de média móvel trimestral, um indicador mais confiável que atenua as variações pontuais, houve queda, de 1,2% em julho, pelo sexto mês consecutivo. Se no varejo restrito a receita nominal de vendas acumulada nos últimos 12 meses, até julho, foi positiva em 10,8%, superando a inflação, no varejo ampliado o aumento foi de apenas 6,7%, apontando para um quadro de estagnação.
A recessão começa a afetar mais intensamente as famílias, como se constata pela diminuição de 1,5% no volume de vendas de super e hipermercados, entre junho e julho. Esse indicador é ainda mais significativo que o da queda de 4,1% no item móveis e eletrodomésticos, no mesmo período de comparação.
Outro indicador, da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, revelou que a disposição de compra das famílias paulistanas diminuiu 13,5% nos últimos oito meses. Trata-se do índice de intenção de consumo, cujo nível de 107,9 pontos (ainda positivo) é o menor da série histórica, iniciada em 2009. De 10 itens pesquisados, 3 - perspectiva de consumo, nível de consumo atual e momento para compra de duráveis - estão no campo negativo.
Recessão, juros reais em elevação, piora do mercado de trabalho e baixo nível de confiança são os fatores que mais dificultam a recuperação do varejo, antecipando um final de ano pouco animador para consumidores e lojistas. Em julho, os únicos dados positivos vieram do varejo ampliado, mas as informações mais recentes da área de veículos dão conta de que produção e vendas foram pouco satisfatórias também em agosto, comprometendo a esperança de retomada.
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