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Obama: corte de impostos é estímulo mais eficaz

Por Gustavo Nicoletta (Broadcast)
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O presidente dos EUA, Barack Obama, disse durante um discurso na cidade de Elkhart, no Estado de Indiana, que os cortes de impostos para famílias de trabalhadores são a maneira mais eficiente de estimular a economia. "Quando você isenta de impostos as famílias de trabalhadores em dificuldades, eles vão gastar o dinheiro com um casaco novo para as crianças ou levarão o carro para o conserto", afirmou Obama. Durante o discurso, ele apresentou poucas novidades em relação aos planos do governo para a segunda parte do Programa de Alívio de Ativos Problemáticos (Tarp, na sigla em inglês), que serão apresentados amanhã pelo secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner. Obama afirmou que a proposta do governo para o setor financeiro inclui uma "série de planos" para impulsionar o mercado imobiliário e limitar as execuções de hipotecas. Ele manifestou apoio novamente a uma provisão que permite aos tribunais de falência alterar os termos de hipotecas, sugerindo que a medida pode ser incluída na proposta que será apresentada amanhã. O presidente norte-americano criticou novamente Wall Street por conceder bônus milionários aos executivos em um momento no qual muitos bancos pedem ajuda ao governo, prometendo responsabilidade no setor financeiro. "Você não pode fazer uma viagem para Las Vegas ou assistir o Super Bowl às custas dos contribuintes." Obama afirmou que o pacote de estímulo econômico que ainda está sendo debatido pelos senadores norte-americanos não é uma cura, mas um passo necessário na longa estrada da recuperação econômica. O plano, uma versão do pacote que foi projetado e aprovado pelos deputados da Câmara dos Representantes, disponibilizaria centenas de bilhões de dólares em recursos para investimento em infraestrutura, isenções fiscais e benefícios a desempregados. "Mesmo com este plano, a estrada à frente não será fácil. Esta crise teve uma gestação muito longa. Não vamos resolvê-la da noite para o dia", disse Obama. "A recuperação provavelmente será medida em anos, não em semanas ou meses." A Casa Branca diminuiu a importância das diferenças entre a versão do pacote econômico da Câmara dos Representantes e a do Senado dos EUA. Na terça-feira da semana passada, Obama disse que a legislação do pacote não é perfeita, "mas é de bom tamanho" e "possui as prioridades corretas para criar empregos que vão ressuscitar a economia". "Não posso dizer a vocês com 100% de certeza que cada um dos itens deste plano vai funcionar conforme esperamos", disse Obama. "Mas o que eu posso dizer com total confiança é que o atraso em Washington diante desta crise apenas aprofundará o desastre." Apesar da pressão de Obama, as medidas do pacote não devem receber muito apoio de representantes do Partido Republicano, que consideram o pacote exagerado, com isenções fiscais insuficientes e pouco eficaz em relação a estimular a economia no curto prazo. As informações são da Dow Jones.

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