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Obama muda lei para limitar as emissões de poluentes

Por Patrícia Campos Mello
Atualização:

O presidente Barack Obama autorizou ontem os governos estaduais a adotarem limites mais rígidos para emissão de poluentes por carros e caminhões. Obama também assinou uma ordem para que o Departamento de Transportes adote regras mais duras de economia de combustível para carros e caminhões leves. As duas medidas foram festejadas por ambientalistas, mas recebidas com reservas pela indústria automobilística e por alguns legisladores, que temem impacto financeiro no fragilizado setor. Durante o governo Bush, as montadores se opuseram e conseguiram bloquear essas regras. "Acho que as medidas de hoje vão prejudicar ainda mais a indústria automobilística americana", disse o senador republicano George Voinovich. "O governo federal não deveria estar pressionando um setor que já está sofrendo tanto." Obama tentou tranquilizar a indústria e seus defensores, dizendo que o governo vai levar em conta as dificuldades que as montadoras enfrentam e "o dinheiro do contribuinte que elas estão usando". "Nosso objetivo não é pressionar ainda mais um setor que já está sofrendo, mas sim ajudar as montadoras americanas a se prepararem para o futuro", disse Obama. Até agora, o Congresso liberou US$ 13,4 bilhões para GM e Chrysler evitarem a concordata, mas as montadoras devem pedir mais recursos em março. Obama autorizou a Califórnia e 13 outros Estados a estabelecer limites mais rígidos para emissão de poluentes por veículos. E o Departamento de Transportes deve aumentar em 40% a milhagem mínima por litro de combustível exigida dos veículos, até 2020. Essa medida "é para assegurar que os carros econômicos do futuro serão produzidos aqui, na América", disse Obama. Essas medidas vão exigir investimentos da indústria automobilística para adequar sua linha de produção. Montadoras disseram que a adaptação rápida às novas regras poderia obrigar a indústria a cortar a produção de carros maiores e mais lucrativos, em uma época de crise financeira. Logo após o anúncio de Obama, a GM anunciou que iria demitir 2 mil funcionários das fábricas em Ohio e Michigan, por causa da queda nas vendas. Mas as montadoras não foram diretas em suas críticas contra as medidas anunciadas por Obama. "Estamos prontos para trabalhar com o Congresso e o governo Obama em políticas factíveis e objetivos que beneficiem consumidores de costa a costa", dizia um comunicado da GM, alfinetando as iniciativas diferentes em cada Estado.

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