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Obama nomeia comissão contra déficit fiscal

Por PATRICIA ZENGERLE
Atualização:

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, nomeou nesta quinta-feira uma comissão bipartidária para combater o exorbitante déficit fiscal norte-americano, e prometeu que ela terá uma ampla margem de ação para colocar o país no caminho da responsabilidade fiscal. "Tudo está em jogo. Assim é que as coisas vão funcionar", disse Obama a jornalistas após nomear o ex-chefe da Casa Civil Erskine Bowles, um democrata, e o ex-senador Alan Simpson, um republicano, para liderar a comissão de 18 membros. O comentário de Obama sugere que o painel pode ter liberdade para considerar uma proposta de cortes de gastos --que segundo o presidente tornaram-se extravagantes-- e para aumentar os impostos. Obama tinha prometido durante sua campanha que as famílias com renda inferior a 250 mil dólares não enfrentariam aumento de impostos, mas recentemente ele disse que não tem certeza sobre se elevar impostos à classe média poderia ser considerado pela comissão. O presidente encarregou a comissão de criar uma estratégia para equilibrar o orçamento, excluindo os pagamentos de juros, dentro de cinco anos. "Eu estou pedindo que eles produzam recomendações claras sobre como cobrir o custo de todos os programas federais até 2015 e melhorar significantemente o nosso cenário fiscal de longo prazo. Eu tenho total confiança que eles farão isso", disse ele. Obama disse que está estabelecendo a comissão para estudar opções sobre gastos e taxas após os parlamentares não terem conseguido criar um painel do Congresso sobre o tema. "No curto prazo, nós vamos tomar medidas para encorajar as empresas a criarem empregos, que continuarão a ser minha prioridade", disse ele antes de assinar a ordem. "Ainda assim, não há dúvidas de que nós também teremos de lidar com o dilema de longo prazo de um governo que, de forma rotineira e extravagante, gasta mais do que ganha", disse. A comissão foi classificada como uma maneira de dar cobertura política tanto para Barack Obama quanto para o Congresso, no caso de eles precisarem tomar decisões impopulares, como aumentar impostos, para fechar o orçamento. Obama reconheceu a dificuldade, mas disse que a tendência precisa ser interrompida. "Desde os superávits orçamentários do final dos anos 1990, a dívida federal explodiu", disse ele. "A trajetória é clara e perturbadora. Mas a política de lidar com déficits crônicos é repleta de escolhas difíceis." (Reportagem adicional de Caren Bohan)

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