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Obama pede que bancos parem de pagar lobistas

Em discurso, presidente dos EUA diz que projeto de reforma financeira [br]vai beneficiar toda a economia americana

Por Gustavo Chacra , CORRESPONDENTE e NOVA YORK
Atualização:

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condenou executivos de Wall Street por lutarem contra a reforma do sistema financeiro. Em discurso em Nova York, Obama pediu aos bancos para que parem de pagar lobistas e entendam que seu projeto beneficiará toda a economia americana. Celebrando a aprovação de um projeto de lei na Câmara dos Deputados e prevendo uma nova vitória no Senado, Obama lamentou que os bancos façam lobby para tentar evitar a reforma. "Muitos desses lobistas trabalham para vocês (executivos de bancos) e fazem o serviço para o qual são pagos. Mas estou aqui hoje para falar para os titãs dessa indústria para se unirem a nós, em vez de lutarem contra nosso esforço", afirmou para uma audiência que contava com a presença até mesmo do presidente-executivo do Goldman Sachs, Lloyd Blankfein.O objetivo da reforma do presidente é impedir que uma nova crise leve o governo, mais uma vez, a usar dinheiro dos contribuintes para evitar a quebra de bancos e outras instituições financeiras.Opositores republicanos concordam com a necessidade de não usar o dinheiro do governo para salvar instituições privadas, mas dizem que o plano de Obama não atingirá esse objetivo. Já Wall Street e alguns outros críticos temem que a regulamentação enfraqueça a indústria financeira americana, considerada uma das mais fundamentais para economia do país.O projeto. O presidente delineou quatro pontos em seu discurso. Primeiro, sua proposta prevê a adoção da "regra Volcker", em alusão ao ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) Paul Volcker, que a idealizou. Essa norma prevê "alguns limites no tamanho dos bancos e nos tipos de risco que essas instituições bancárias possam tomar". Basicamente, bancos com depósitos de pessoas físicas não poderiam se envolver em operações arriscadas."O segundo objetivo da reforma seria aumentar a transparência dos bancos", disse Obama, citando o caso de operações da seguradora AIG, uma das instituições que precisaram do governo para não quebrar. "É o que Warren Buffet (megainvestidos) chamou de armas de destruição em massa financeiras", acrescentou. Para o presidente, produtos do mercado de derivativos devem ser negociados de "forma aberta". Depois de citar a "proteção dos consumidores" como o seu terceiro ponto, Obama finalizou com o quarto objetivo, que teria consequências diretas nos salários dos executivos. "A reforma de Wall Street dará aos acionistas mais força no sistema financeiro. Eles terão o que chamamos de voz ativa nos pagamentos de salários e bônus concedidos aos executivos."

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