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Obama pede que Congresso aprove 'orçamento da mudança'

No rádio, presidente diz que isso fortalecerá a economia e concretizar a primeira mudança que prometeu

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Por Redação
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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu neste sábado, 28,ao Congresso que aprove seu "orçamento da mudança", enquanto os republicanos o criticam por considerar que promove uma despesa excessiva que "hipotecará" o futuro do país. Obama pediu ao Congresso em sua mensagem semanal por rádio que aprove este orçamento que, para ele, vai fortalecer a economia e concretizar a primeira mudança que prometeu como candidato. Veja Também: De folga, Barack Obama assiste Wizards x Bulls pela NBA Entenda o novo plano dos EUA para resgatar bancos De olho nos sintomas da crise econômica  Dicionário da crise  Lições de 29 Como o mundo reage à crise O líder americano enviou esta semana sua primeira proposta de orçamento, de US$ 3,55 trilhões e que prevê um déficit de US$ 1,75 trilhão para este ano fiscal. Segundo Obama, este orçamento reflete "a realidade que herdamos: um déficit de US$ 1 trilhão, uma crise financeira e uma onerosa recessão". O governante espera que, com este orçamento, os americanos tenham a esperança de que "finalmente" será possível enfrentar os desafios diários, além de acreditar que há um Governo usando os dólares de seus impostos de forma responsável. "Essa é a mudança que prometi como candidato. É a mudança que levou o povo dos Estados Unidos a votar em mim em novembro. Essa mudança está representada no orçamento que enviei ao Congresso esta semana", assegurou. A proposta apresentada ao Congresso inclui cortes tributários para os setores de menor renda, investimentos em energia limpa, saúde e educação. Contempla, por exemplo, a criação de um fundo para estender a cobertura da saúde na próxima década, e cortes nas despesas para reduzir o déficit fiscal para US$ 533 bilhões em 2013. No entanto, o presidente reconheceu que não será fácil sua aprovação no Congresso, onde terá de enfrentar as críticas dos republicanos e dos diferentes grupos de pressão. Obama insistiu em que sua proposta de despesas "representa uma mudança verdadeira e real, e também uma ameaça para o 'status quo' em Washington". Por isso, antecipou que a oposição virá, entre outros setores, da indústria de seguros médicos, que terá de concorrer com os serviços do Governo, e da indústria energética, que perderá suas isenções tributárias. "Não cheguei até aqui para fazer o mesmo que era feito antes. Vim para trazer a mudança que este país exigiu quando foi às urnas em novembro", assegurou o presidente. No entanto, os republicanos consideram excessiva a despesa apresentada pelo Governo e advertiram que pode "hipotecar o futuro das próximas gerações". Os US$ 3,55 trilhões propostos são maiores que os US$ 3,1 trilhões deste ano e os US$ 2,9 trilhões do anterior, e eleva o déficit fiscal de US$ 1,3 trilhão - do Governo anterior - para US$ 1,75 trilhão. Este número equivale a 12% do Produto Interno Bruto (PIB), uma porcentagem que não era registrada desde a Segunda Guerra Mundial. O senador da Carolina do Norte, Richard Burr, assinalou hoje no discurso semanal dos republicanos que a dívida custará US$ 4 trilhões de juros durante os próximos 10 anos, mais de US$ 1 bilhão ao dia. "Cada dólar que o Congresso e o Presidente gastam será US$ 1 a mais de juros que nossos filhos e nossos netos terão de pagar", disse o senador. Por isso, pediu para o Governo mostrar moderação e tomar "decisões difíceis", porque em caso contrário o "sonho americano pode morrer". "Durante dois séculos o sonho americano dependeu da crença simples de que homens e mulheres trabalham duro para que seus filhos tenham um futuro melhor (...) mas, olhando para as prioridades de despesa dos democratas, pela primeira vez poderemos ver o sonho americano desaparecer", assinalou. Por causa da conjuntura econômica atual, o orçamento prevê para este ano uma contração de 1,2% e uma recuperação que começaria no último trimestre. Além disso, prevê que em 2010 o PIB crescerá 3,2%. Já o emprego se manterá em 2009 ligeiramente acima de 8% e a inflação será de 1,1%, mesmo nível previsto para 2010.

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