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Obama propõe taxa sobre bancos e ataca Wall Street

Presidente quer cobrir gasto de US$ 117 bilhões usados para socorrer setor financeiro durante a crise

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Por Redação
Atualização:

O presidente norte-americano, Barack Obama, propôs nesta quinta-feira, 14, que Wall Street pague uma taxa para cobrir o gasto de US$ 117 bilhões com dinheiro dos contribuintes para socorrer o setor financeiro durante a crise, e criticou os banqueiros por "lucros massivos e bônus obscenos".

 

"Meu compromisso é recuperar cada centavo que o povo norte-americano tem direito", afirmou Obama, por meio de comunicado.

 

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"E minha determinação para alcançar esse objetivo é enfatizada quando eu vejo notícias de grandes lucros e bônus absurdos nas empresas que devem sua existência ao provo norte-americano."

 

Numa tentativa de se distanciar de Wall Street, em meio ao crescente descontentamento popular com os elevados bônus pagos a executivos dos bancos, Obama acusou os banqueiros de estarem fora da realidade sofrida da população que enfrenta o desemprego na casa de dois dígitos.

 

A taxação vai recuperar gastos com o pacote de US$ 700 bilhões para socorrer bancos norte-americanos (Tarp, na sigla em inglês), idealizado em 2008 pelo então presidente George W. Bush, diante da crise financeira global.

 

Criado após o colapso do banco de investimentos Lehman Brothers e do resgate da seguradora AIG, o programa ajudou a estancar a crise ao injetar dinheiro público nos maiores bancos norte-americanos.

A medida, juntamente com forte estímulo monetário e fiscal, foi incapaz de evitar que o país entrasse na pior recessão desde a Grande Depressão, o que levou a taxa de desemprego para o maior nível em 26 anos.

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Wall Street, no entanto, voltou aos lucros com a recuperação dos mercados acionários em 2009. Isso ajudou muitos deles a pagar de volta os recursos do Tarp, livrando-os das regras do governo sobre compensação a funcionários e permitindo que pagassem grandes bônus a seus executivos.

 

O plano de Obama, que precisa de aprovação do Congresso, inclui uma taxa de 0,15 ponto percentual no balanço de grandes instituições com ativos de mais de US$ 50 bilhões.

 

O governo espera levantar US$ 90 bilhões em 10 anos, mas acredita que a cobrança, ao final, poderá acabar por cobrir todas as perdas com o Tarp, atualmente projetadas em US$ 117 bilhões.

 

A AIG estará sujeita à taxa. Mas as concessoras de hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac serão excluídas, assim como as montadoras que foram ajudadas.

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