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Obama refuta redução do déficit só com cortes de gastos

Por DANIELLE CHAVES E GUSTAVO NICOLETTA
Atualização:

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou hoje que o país não pode reduzir seu déficit apenas por meio do cortes de gastos. Com essa afirmação, Obama reitera sua oposição a qualquer acordo que aponte cortes, sem aumentos na receita. A declaração foi feita enquanto o presidente norte-americano tenta chegar a um acordo com os republicanos sobre a questão da dívida do país. Obama também renovou seu pedido para que os mais ricos contribuam com sua "fatia justa" para os cofres do governo.Está aumentando a pressão para que Obama e os legisladores do país evitem um default (moratória) sobre a dívida dos EUA. As bolsas operam em queda hoje em consequência desse cenário, e o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou para um choque severo à economia mundial.Obama está tentando elaborar um acordo para elevar o teto da dívida, de US$ 14,3 trilhões, junto com um plano para controlar o déficit do governo. Os EUA atingiram o limite de endividamento em 16 de maio, mas têm usado gastos e ajustes contábeis, bem como receitas fiscais maiores do que o esperado, para continuar operando normalmente. Mas isso só pode ser feito até 2 de agosto.RepublicanosOs líderes do Partido Republicano na Câmara dos Representantes dos EUA pretendem votar na quarta-feira um novo projeto de lei para reduzir os gastos e permitir dois aumentos no limite de endividamento, informou um assessor do partido. A primeira elevação no teto da dívida, de US$ 900 bilhões, ocorreria imediatamente após o projeto de lei ser sancionado. A segunda, de US$ 1,6 trilhão, aconteceria em 2012. Nas duas ocasiões, os aumentos seriam acompanhados por cortes de gastos no mínimo equivalentes às elevações aplicadas ao limite de endividamento.A legislação ainda não está completa, mas precisaria ser terminada ainda hoje para que a votação ocorra na quarta-feira, pois as regras da Câmara determinam que projetos de lei devem ficar disponíveis ao público por 72 horas antes de serem levados ao plenário.O deputado republicano John Boehner, que preside a Câmara dos EUA, e outros líderes do partido vão apresentar o projeto a outros congressistas de sua base numa reunião às 15 h (horário de Brasília). Os republicanos detêm a maioria das cadeiras da Câmara.No Senado, os democratas também estão preparando um projeto de lei para elevar o limite de endividamento dos EUA. O plano prevê um único aumento, de US$ 2,4 trilhões, ou o suficiente para que o governo federal continue tomando empréstimos em 2011 e ao longo de 2012. Também estão previstas no projeto medidas para reduzir o déficit orçamentário em aproximadamente US$ 2,7 trilhões. Segundo o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, todas as medidas envolvem cortes de gastos. As informações são da Dow Jones.

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