
19 de julho de 2011 | 17h47
O presidente americano, Barack Obama, disse nesta terça-feira que houve "algum progresso" nas negociações entre a Casa Branca e líderes democratas e republicanos no Congresso para elevar o teto da dívida pública do país.
Em mais um dos pronunciamentos à imprensa que têm se tornado quase diários nas últimas semanas, Obama disse apoiar a proposta apresentada horas antes por um grupo de seis senadores democratas e republicanos para diminuir o deficit no orçamento.
O deficit dos EUA está em cerca de US$ 1,5 trilhão (R$ 2,3 trilhões) para o ano fiscal que termina em setembro. A proposta também pretende elevar o teto da dívida pública do país - atualmente em US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,4 trilhões).
A proposta prevê o corte de US$ 3,7 trilhões nos próximos 10 anos, por meio de um conjunto de medidas que incluem redução de gastos militares e cortes em alguns programas sociais.
"O problema que temos agora é que estamos na 11ª hora e não nos resta muito tempo", disse Obama, referindo-se ao prazo de 2 de agosto para que o Congresso autorize a elevação do teto da dívida americana.
O governo diz que, caso esse limite não seja elevado até a data, os Estados Unidos poderão ter de deixar de cumprir seus compromissos financeiros.
"Acho que é muito importante nos próximos dias compreender que não temos mais tempo para gestos simbólicos", disse Obama. "É hora de trabalhar para realmente solucionar esse problema."
Impasse
O impasse nas negociações para elevar o teto da dívida se arrasta há semanas.
Apesar de democratas (que controlam o Senado) e republicanos (no comando da Câmara dos Representantes, equivalente à Câmara dos Deputados) concordarem com a necessidade de cortar gastos e reduzir o déficit orçamentário, há muitas divergências sobre a profundidade dos cortes e que programas devem ser afetados.
Um dos pontos polêmicos se refere aos impostos. Enquanto Obama insiste no fim de medidas de redução de impostos que beneficiam a camada mais rica da população, os republicanos se recusam a aprovar qualquer plano que inclua aumento de tributos.
Ainda nesta terça-feira, a Câmara pretende votar uma outra proposta, que inclui cortes imediatos, limita gastos futuros do governo em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) e condiciona a elevação do teto da dívida a uma emenda constitucional que estabeleça novas regras de equilíbrio orçamentário.
A Casa Branca já avisou que vai vetar essa proposta, caso seja aprovada no Congresso.
"Acho que a expectativa de todos é a de que essa não é uma medida que possa passar nas duas casas (Câmara e Senado), não é uma medida que eu assinaria e não é equilibrada", disse Obama. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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