PUBLICIDADE

Obras param novamente no Porto do Açu

Trabalhadores protestam contra a pouca transparência das áreas desapropriadas

Por Daniela Amorim (Broadcast) e Alexandre Rodrigues
Atualização:

Menos de um mês depois de ter os trabalhos paralisados por uma greve de operários da construção civil, o canteiro de obras do Porto do Açu, projeto do empresário Eike Batista no norte fluminense, parou ontem mais uma vez. Um grupo de pequenos agricultores insatisfeitos com o processo de desapropriações para expansão do complexo industrial bloqueou o acesso ao porto, que fica no maior distrito de São João da Barra (RJ). Com pneus e galhos de árvores, os manifestantes montaram barricadas ainda na madrugada, impedindo a entrada dos trabalhadores do turno da manhã e de caminhões com insumos. Com isso, a LLX, companhia de logística do grupo EBX responsável pelo porto, recomendou que os 2 mil operários permanecessem em casa até o fim do bloqueio, que não fora suspenso até o início da noite de ontem.Os manifestantes representam cerca de 1,5 mil famílias que terão de deixar pequenas propriedades destituídas pela Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio (Codin). Eles se queixam do processo acelerado e pouco transparente para a definição das áreas desapropriadas e do valor das indenizações, que consideram baixo. Também há denúncias de valores diferentes atribuídos a propriedades similares.A LLX informou que mantém canal aberto com a população local, mas entende que a negociação com os agricultores deve ser conduzida pela Codin, por se tratar de desapropriação. A companhia ainda informou que a paralisação da obra não prejudica o cronograma de construção do Porto do Açu. Em nota, a Codin afirmou que o processo de desapropriação "vem sendo realizado dentro do rito judicial legal", com o depósito das indenizações em juízo. Segundo o órgão, todos os proprietários foram notificados em agosto de 2010 e cerca de 80% já compareceram à sede local para receber instruções. A Polícia Militar não registrou incidentes violentos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.