A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) declarou, em seu primeiro relatório sobre as perspectivas econômicas para a América Latina, que os países do continente devem tornar seus gastos públicos mais eficientes e implementar reformas dos sistemas de pensão, visando aumentar as poupanças e aprofundar os mercados financeiros, fortalecendo assim a estabilidade macroeconômica na região. O organismo afirmou que o comércio com os países do continente sul-americano com os asiáticos, principalmente China e Índia, deve ser visto como uma "bonança" e não como uma "ameaça competitiva para a região como um todo". A OCDE ressaltou, no entanto, que o comércio deve ser apoiado por uma infra-estrutura "eficiente e em bom funcionamento", que segundo o organismo, nem sempre está presente na região. "Investimento em infra-estrutura é, portanto, também uma oportunidade de ouro para melhorar a competitividade das exportações", disse o organismo. Política fiscal No relatório, que foi apresentado pelo secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, no Chile, a agência afirmou que os maiores desafios para a região continuam sendo os altos níveis de pobreza e desigualdade. Para a OCDE, políticas fiscais eficientes irão fortalecer a "governança democrática" na região. "Uma política fiscal sadia necessita de legitimidade fiscal, que reflete a confiança dos cidadão no desempenho das autoridades públicas em coletar impostos e gastar as receitas públicas", afirmou o documento. Para a OCDE, a reforma do sistema de pensão melhora a poupança nacional e aprofunda os mercados de capital. No entanto, o organismo alertou que embora os mercados tenham de fato se aprofundado, as poupanças nacionais não aumentaram como resultado de reformas do sistema de pensão.