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OCDE melhora previsão de recessão global este ano

Pela primeira vez em dois anos, entidade revisa estimativa para melhor e indica recuo de 4,1%

Por Andrei Netto
Atualização:

As mudanças no cenário econômico são sutis, mas para melhor. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou ontem para cima - pela primeira vez em dois anos - a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) internacional. A queda no PIB dos 30 países-membros da instituição em 2009 será de 4,1%, 0,25 ponto porcentual menos severa do que se imaginava. Em 2010, o ritmo da atividade se acelera. Na contramão, piora o desempenho do Brasil. As constatações foram reveladas no relatório "Perspectivas Econômicas", apresentado ontem em Paris. De acordo com a organização, o PIB da zona da OCDE - composta por 30 países industrializados - se retrairá em 2009, mas em 2010 crescerá mais que o previsto: 0,7%, ante 0,1% estimado em março. "A fase de contração da atividade deve atingir seu fim em breve na zona da OCDE, após um recuo sem precedentes desde o fim da 2ª Guerra", diz o relatório, esclarecendo que as consequências econômicas e sociais da crise serão duradouras. Parte da recuperação se dará pelo desempenho acima do previsto da economia dos Estados Unidos. Em lugar de cair 4%, a recessão deverá alcançar no máximo 2,8%. "Desde as últimas perspectivas, os EUA foram revisados para melhor, o que é muito importante, por se tratar da maior economia do mundo", disse o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría. Em contrapartida, o cenário continuou a se deteriorar, ainda que ligeiramente, na União Europeia e no Japão. Na UE, a contração será de 4,8% este ano. Em março, previa-se recuo de 4,1%. No líder asiático, a queda será de 6,8%, 0,2 ponto pior que o apontado há três meses. Entre os grandes emergentes, melhoraram as previsões de crescimento para China e Índia, que serão protagonistas da recuperação global. Segundo a OCDE, a China crescerá 7,2%, ante 6,3% estimados em março. Na Índia, o aumento do PIB para 2009 será de 5,9%, 1,5 ponto acima do prognóstico anterior. Já o Brasil recebeu más notícias. Em março, os economistas da OCDE indicavam que a queda do PIB em 2009 seria de 0,3%, enquanto em 2010 a retomada atingiria 3,8%. Na perspectiva atual, os extremos aumentam: neste ano, a estimativa é de retração de 0,8%, enquanto no próximo ano o nível de riqueza deverá crescer 4%. Para o especialista do Departamento de Assuntos Econômicos da entidade, Luiz de Mello, "essa revisão se deu em razão dos números do PIB do último trimestre de 2008". Para o economista, o País continua à mercê dos riscos externos: "Os principais são a eventual deterioração do comércio mundial e a manutenção das condições difíceis de financiamento global".

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