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OCDE prevê que emergentes vão pressionar crescimento mundial este ano

Entidade prevê que Brasil vai continuar em recessão até 2016 e que a economia da China crescerá em ritmo cada vez menor até 2017

Por Sergio Caldas
Atualização:

A desaceleração dos países emergentes e o enfraquecimento do comércio global devem reduzir o crescimento da economia mundial para cerca de 2,9% este ano, taxa que está bem abaixo da média histórica, e continuarão sendo fonte de incertezas no curto prazo, segundo relatório semestral divulgado hoje pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). No documento, a entidade prevê que o Brasil vai continuar em recessão até 2016 e que a economia da China crescerá em ritmo cada vez menor até 2017. A OCDE projeta que a economia mundial ganhará força nos próximos anos, com expansão de 3,3% em 2016 e de 3,6% em 2017, mas alerta que o aumento na atividade exigirá um reequilíbrio suave na China e investimentos mais robustos em economias mais avançadas. Para a OCDE, os desafios dos mercados emergentes e o comércio fraco fizeram os riscos negativos aumentar desde a publicação de seu relatório anterior, em junho.

OCDE prevê que o crescimento na China diminuirá para 6,8% em 2015 Foto: REUTERS/Jason Lee

A OCDE prevê que o crescimento na China diminuirá para 6,8% em 2015 e perderá força gradualmente, até atingir a taxa de 6,2% em 2017, à medida que a atividade doméstica se reequilibrar e passar a se basear mais no consumo e nos serviços. Em relação a outras grandes economias emergentes, a OCDE projeta que Brasil e Rússia vão se manter em recessão no próximo ano e somente voltarão a crescer em 2017. "A recessão (no Brasil) deve continuar em 2016, devido ao ajuste fiscal necessário, ao aperto da política monetária para conter a inflação e à falta de confiança relacionada a incertezas políticas", avaliou a OCDE. "Uma lenta recuperação deverá ocorrer em 2017, uma vez que a confiança nas políticas macroeconômicas melhorar." A OCDE também prevê que o desemprego no Brasil aumentará mais em 2016 e que a volta da inflação para a meta do banco central do País deverá ser adiada, devido à forte desvalorização recente do real.

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