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OCDE sugere que Brasil converse com EUA para destravar adesão à entidade

Em reunião em Davos, OCDE indicou a Michel Temer que veto de Donald Trump é única barreira

Por Jamil Chade
Atualização:

DAVOS – O veto do governo de Donald Trump a uma expansão da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para incluir o Brasil foi alvo da conversa mantida nesta quarta-feira, 24, em Davos, entre o presidente Michel Temer, e o secretário-geral da OCDE, Angel Gurria. O Brasil é um dos quatro candidatos para aderir à entidade, conhecida como “grupo dos países ricos", que reúne 35 países e que funciona como um fórum para discutir políticas econômicas e solucionar problemas comuns. 

Mas, desde o ano passado, a Casa Branca optou por frear qualquer tipo de expansão da entidade, em mais uma decisão do governo Trump de abrir espaço para países emergentes.

Presidente Temer em audiência com Francesco Starace, CEO da ENEL, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos Foto: Beto Barata/PR

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Sem entrar em detalhes, o secretário-geral da OCDE apontou que ainda não existe um acordo unânime para a expansão de sua entidade. “Estamos ainda em um processo de discussão e Brasil está entre os quatro países merecedores de iniciar a adesão. Agora, porém, estamos no processo de encontrar consensos”, disse o mexicano. “Objetivamente, o Brasil é um dos parceiros chave”, insistiu. 

Durante o encontro, Gurria sugeriu que Temer desse orientações ao serviço diplomático para que intensificasse as conversas com o governo americano para tentar desbloquear o veto. O governo americano, segundo ele, seria o único a se opor à expansão.

O representante da OCDE ainda indicou que já concluiu um relatório preliminar sobre o Brasil, que servirá de base para a adesão. O documento, que já está nas mãos do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, vai apontar para a necessidade de uma reforma da previdência para que a economia nacional esteja nos padrões dos países que fazem parte do grupo. 

As reformas estão mudando as expectativas sobre o Brasil. Elas mudam o perfil e a impressão sobre o país”, completou o mexicano. 

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