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Ocean Air não tem certeza se participará do leilão da Varig

Empresa era tida pelo mercado como principal interessada no negócio

Por Agencia Estado
Atualização:

O leilão da Varig, marcado para segunda-feira, corre risco de micar. Nem mesmo a Ocean Air, tida pelo mercado como principal interessada no negócio, tem certeza se participará ou não da disputa. "Estamos analisando os dados, mas ainda não decidimos. Há muitas indefinições no processo", diz o empresário German Efromovich, dono da Ocean Air. Ele não entrou em detalhes. Apenas falou sucintamente sobre o interesse na empresa ter enfraquecido. Segundo apurou a jornalista Mariana Barbosa, pelo menos um interessado em participar do leilão da Varig já desistiu após analisar os números da empresa. Trata-se do grupo europeu representado pela consultoria brasileira Azulis Capital. A informação foi dada pelo executivo Emerson Pieri, que representa um banco franco-suíço contratado pelo tal investidor. Pieri não revela o nome do investidor nem do banco. A Azulis tem como sócia Ivone Saraiva, ex-superitendente do BNDES. Segundo Pieri, o rombo nas finanças da Varig foi "maior do que o esperado". Questionado se o grupo teve acesso ao data room (sala com informações financeiras da empresa), Pieri não quis comentar. De todas as empresas que compraram o acesso ao data room entre ontem e hoje, apenas uma não foi identificada por estar representada por um escritório de advocacia, o Ulhôa, Canto, Rezende e Guerra. Dentre os pontos que levaram à desistência do tal grupo europeu, Pieri ressalta incertezas sobre a sucessão de dívidas trabalhista e tributária, o problema com a dívida de R$ 2,3 bilhões com o fundo de pensão Aerus e falta de detalhes a cerca do empréstimo do BNDES Pessimismo Para analistas, os investidores não estão seguros sobre o valor dos ativos postos à venda e temem pagar por um enorme pacote de dívidas trabalhistas e fiscais, apesar das declarações em contrário do juiz que acompanha o processo, Luiz Roberto Ayoub. A apenas três dias do leilão, sabe-se que o possível comprador ficará com rotas domésticas e, eventualmente, as internacionais, que são concessões do governo; além da frota de aviões, todos operados por leasing, e o corpo de funcionários. Não entrarão no leilão unidades comerciais e de serviços, mas ainda não foi divulgada uma lista detalhada com os ativos físicos do leilão, dizem analistas. O edital descreve, genericamente, que será feita transferência de contratos de transporte, no que descreve como a "unidade produtiva" da "Varig Operações". O data room, relata o edital, "reúne dados sobre o complexo de bens e direitos organizado que compõem a unidade Varig Operações, assim como a listagem dos hotrans (horários de vôo)a serem transferidos, o modelo operacional da respectiva unidade produtiva, os contratos a que o arrematante deverá aderir e as obrigações que assumirá referente aos transportes a executar".

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