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Odebrecht atua sozinha caso de brasileiro desaparecido

Por Agencia Estado
Atualização:

A construtora Norberto Odebrecht pediu ao Ministério das Relações Exteriores que deixe a própria companhia cuidar das providências para tentar solucionar o caso do desaparecimento do brasileiro que trabalhava para a empresa no Iraque. O Itamaraty afirma que se colocou à disposição da Odebrecht para prestar auxílio, mas a empresa não solicitou nenhum tipo de interferência do governo e que teria dito que, por enquanto, quer se envolver mais diretamente no assunto. De acordo com o ministério, como até agora não há evidência de que o desaparecimento do brasileiro tem uma ?conotação política?, o pedido da Odebrecht foi atendido. Mesmo assim, o Itamaraty diz que está acompanhando os desdobramentos relacionados ao caso e que mantém contato direto com a empresa. Comunicados A empresa não comenta a versão, mas admite que concentrará as informações sobre o caso. Na noite de quinta-feira, em seu segundo comunicado oficial desde o desaparecimento do brasileiro, a Odebrecht afirmou que ?aspectos de segurança limitam a disponibilidade de informações?. A nota assinada pela diretoria da companhia diz ainda que ?não houve desdobramentos do fato? durante a quinta-feira e agradece ?todas as manifestações de apoio recebidas?. O funcionário brasileiro desapareceu na manhã de quarta-feira, depois que o carro em que viajava foi atacado na cidade de Beiji, no norte do Iraque. A Odebrecht participava da obra de reforma de uma usina termelétrica na região. Um iraquiano e um britânico ? funcionários da empresa de segurança britânica Janusian ? também estavam no carro, junto com o brasileiro, mas foram mortos no ataque. Na manhã de quinta-feira, em entrevista à BBC Brasil, o responsável pela operação da Odebrecht no Iraque, Glaibor Faria, disse que a empresa decidiu levar todos os outros funcionários brasileiros da companhia para Amã, capital da Jordânia. A construtora tem se referido ao desaparecimento do brasileiro em Beiji como um ?provável seqüestro? e, de acordo com Faria, ?tudo indica que os seqüestradores foram criminosos comuns?. Assunto delicado Por motivos de segurança, a Odebrecht não revela a identidade do brasileiro desaparecido e também não diz se houve algum tipo de contato com os possíveis seqüestradores. Desde o início da ocupação do Iraque pela coalizão liderada por tropas americanas, em março de 2003, mais de 120 estrangeiros foram seqüestrados no país. Os detalhes sobre as negociações para a possível libertação dos reféns são sempre um assunto delicado. No mês passado, o governo da França negou ter pago resgate pela libertação de dois jornalistas franceses que foram mantidos seqüestrados por quatro meses. A imprensa francesa, no entanto, dedicou grande espaço a especulações sobre o assunto e questionou a versão dos seqüestradores de que os jornalistas foram soltos por causa da posição da França contra a guerra no Iraque. Em setembro, o presidente do comitê de relações exteriores do Parlamento italiano disse que o governo de seu país pagou um resgate de US$ 1 milhão pela libertação de duas voluntárias italianas seqüestradas no Iraque. O governo da Itália desmentiu a informação e disse que nenhum dinheiro foi entregue aos seqüestradores. Autoridades de diversos países, incluindo os Estados Unidos, afirmam que ?não se deve negociar com terroristas? e dizem não aceitar a hipótese de pagar resgates para libertar reféns porque isso estimularia novos seqüestros e porque o dinheiro poderia ser usado para financiar os grupos extremistas. BBC BRASIL.com - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC BRASIL.com.

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