A Lojas Renner confirmou o preço por ação no valor de R$ 39 em sua oferta pública de ações, levantando R$ 3,978 bilhões, mediante a emissão de 102 milhões de novas ações, para financiar seu crescimento no período pós-pandemia. O preço representa um desconto de 6,85% em relação ao preço de fechamento de 15 de abril, antes da oferta ser anunciada, e de 2,42% em relação ao fechamento de ontem.
O conselho da Renner decidiu não exercer a hot issue, ferramenta que poderia aumentar a oferta em até 35,7 milhões de ações. O mercado esperava que a companhia pudesse arrecadar até R$ 6,5 bilhões nesse processo.
Por trás do movimento de captação da Renner está o acelerado movimento de consolidação do varejo brasileiro. Segundo fontes, a empresa estaria de olho na compra do e-commerce Dafiti para aumentar consideravelmente sua presença no mundo online. Na semana passada, dentro do setor, o Grupo Soma acabou deixando para trás a Arezzo e acertou a compra da Hering por R$ 5 bilhões.
Decepção
Em relatório, o Citi afirma que o resultado da oferta da Renner não muda a perspectiva de que a empresa fará uma grande aquisição nos próximos meses, apesar de ter vindo abaixo dos R$ 4,8 bilhões inicialmente previstos (sem lote adicional).
"A Renner está juntando pólvora (R$ 3,3 bilhões em recursos líquidos) para desenvolver sua transformação 'ominichannel' e financiar futuras aquisições para acelerar novas linhas de atuação (como marketplace, novas soluções para a Realize, entre outras)", diz o analista João Pedro Soares.
O banco não acredita que a empresa fará uma aquisição no mercado tradicional do varejo, como parte do mercado chegou a comentar. Dentro desse raciocínio, a compra de rivais como Marisa ou C&A estaria descartada.
O Citi tem recomendação neutra para Lojas Renner, com preço-alvo em R$ 46, potencial de alta de 15,08% sobre o fechamento de quinta-feira, 29.