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Oferta de crédito a empresas e consumidor será ainda menor

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Por Márcia De Chiara
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Principal motor da economia, a oferta de crédito, especialmente para o consumidor, deve cair neste trimestre. Quase a metade dos bancos (46%) pretende cortar os financiamentos para pessoas físicas entre janeiro e março, aponta pesquisa Serasa Experian. Para as empresas, 36% das instituições financeiras querem reduzir o crédito no período. Tanto para consumidores como para empresas, o índice de bancos que planeja reduzir o volume de crédito é o maior em quatro anos. "A redução na oferta de financiamentos é um claro efeito da crise", observa o assessor econômico da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida. Ele destaca que há mais bancos que pretendem reduzir o crédito para o consumidor em relação à disponibilidade de fazer empréstimos a empresas. Isso porque o calote para a pessoa física é maior, especialmente em razão do desemprego. A pesquisa também revela três dados chaves para a dinâmica do cenário econômico do primeiro trimestre. O primeiro é que 49% das empresas acreditam na redução da renda média da população para o período. O segundo indica que 29% das companhias acreditam que terão faturamento menor no trimestre, ante 9% em igual período de 2008. O terceiro é que, pela primeira vez em três anos, há mais empresas decididas a não investir (57%) entre janeiro e março. "Esse número é o que mais assusta, pois sinaliza a perspectiva de crescimento econômico menor para os próximos períodos", diz Almeida. O presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Adalberto Savioli, confirma o corte na oferta de crédito por parte das 65 financeiras que representa. Nas contas da entidade, o saldo de crédito para pessoas físicas deve crescer neste ano 10%, depois de ter aumentado cerca de 25% em 2008. "Será a menor taxa de crescimento do crédito para o consumidor em três anos." O aumento do desemprego é o foco de preocupação das instituições financeiras, que já encurtaram os prazos dos financiamentos para restringir o volume de empréstimos. Dados da Anefac mostram que, em 12 meses até dezembro de 2008, o prazo médio para compra de veículos foi reduzido em nove meses e o crédito para outros bens, em seis meses.

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