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Oferta de energia pode prejudicar produção de alumínio, diz Vale

Por Agencia Estado
Atualização:

A produção de alumínio no Brasil pode ser prejudicada pela incerteza sobre a oferta de energia elétrica e seu preço. O aviso foi dado hoje (2) pelo presidente da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), Roger Agnelli, ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral. O empresário informou que a CVRD pretende abrir em Paragominas (PA) uma nova mina para produção de bauxita, que será vendida para uma empresa do grupo, a Alunorte. Esta empresa, segundo Agnelli, produzirá a matéria-prima alumina, utilizada na produção de alumínio primário. Ela poderia ser vendida para uma outra empresa do grupo, a Albrás, que hoje já exporta US$ 700 milhões por ano em alumínio. No entanto, segundo o presidente da CVRD, a Alunorte, em função do que ele chama de falta de previsibilidade no setor de energia, deverá exportar a alumina. Agnelli disse ter alertado o ministro de que, com isso, o Brasil estará deixando de exportar valor agregado. Observou que o preço da tonelada de alumina é de R$ 200, enquanto que o alumínio primário é vendido a preço que varia entre US$ 1.500 e R$ 1.800 a tonelada. Segundo Agnelli, é necessário que sejam regulamentadas as regras de produção e uso da energia da Eletronorte. Para exemplificar, disse que a venda de energia pela Eletronorte, hoje, é feita em leilões com contratos de dois anos e que, para o tipo de investimento que a CVRD está pretendendo, precisa de um contrato de 15 anos, para ter garantia de fornecimento de energia. Segundo o presidente da CVRD Amaral foi informado que a companhia pretende investir US$ 6 bilhões em cinco anos e US$ 8 bilhões em oito anos. A empresa está capitalizada e tem realizado investimentos próprios. Ele lembrou que 85% da receita da empresa é resultado de exportações, principalmente para os mercados da Europa e Ásia. Atualmente, segundo Agnelli, a CVRD não tem interesse em obter financiamentos e aguarda uma estabilização da economia para que possa captar recursos a custos mais baixos. Segundo o empresário, reduzir o custo de capital é muito importante para aumentar o retorno da companhia. "A Vale está muito capitalizada, não nos interessa obter financiamento, a não ser que seja em longuíssimo prazo e com custo compatível com o volume que queremos investir", afirmou Agnelli.

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