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OHL tem no Brasil 62% de suas estradas

Espanhóis planejam investimentos de 23,8 bilhões para o setor

Por Andrei Netto
Atualização:

O Brasil é um país estratégico para o crescimento do Grupo OHL, um conglomerado formado pela fusão de três das maiores empresas de construção civil da Espanha. As quatro concessionárias de rodovias brasileiras controladas pela OHL Brasil (Autovias, Centrovias, Intervias e Vianorte) respondiam por 62,5% de toda a malha administrada pela multinacional. A importância do segmento de concessões públicas para o grupo pode ser medida pelos investimentos planejados: 23,85 bilhões, ou 89,45% dos recursos de carteira de longo prazo. Membro do Grupo OHL, a OHL Concesiones é a controladora de 60% do capital da OHL Brasil, a companhia que venceu cinco dos sete leilões de concessões realizados pela União na terça-feira. Atuante no Brasil, na Argentina, no Chile e no México, além da Espanha, a companhia soma 1.834 quilômetros de estradas concedidas na Europa e América Latina. Destes, 1.584 quilômetros já são explorados, dos quais 1.147 quilômetros ficam em São Paulo. Os trechos paulistas são apresentados pela empresa como uma ''''malha viária interconectada que permite a adoção de políticas comuns para sinergias''''. No que se refere às concessões, a OHL Concesiones demonstra especial interesse na América Latina. Dos 12 trechos que administra, 10 cortam solo sul-americano, onde a companhia investe na construção, reforma e manutenção de estradas, obras remuneradas pela exploração de praças de pedágio. No Chile, a empresa detém 75% das ações da Infraestructura 2000, gestora da Autopista do Sol, entre Santiago e o porto de San Antonio, e da Los Libertadores, entre a Capital e Mendoza, na Argentina. Argentina e México são outros alvos de negócios no continente. Na Europa, a OHL administra dois trechos, ambos na Espanha. Sua mais importante estrada é a M-45, que entrou em operações em 2002, nos arredores de Madri. O ramo das concessões públicas de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos é tido como o segundo mais importante do Grupo OHL. Em primeiro lugar figuram os investimentos em construção civil. Na Espanha, país em que realiza 56% de seu faturamento, a empresa concentra-se na construção de prédios residenciais. No exterior, a companhia não é clara sobre suas prioridades. Seus negócios espalham-se pela América Latina, Estados Unidos, Europa Central e do Leste, África, Turquia e Azerbaijão. O Grupo OHL é fruto da união das empreiteiras espanholas Obrascón, Huarte e Lain. Ao longo do século passado, a Obrascón, a mais forte delas, foi propriedade do Banco Bilbao e da Altos Hornos de Vizcaya, antes de cair nas mãos de dois empresários: Juan Miguel Villar Mir, atual presidente, e José Luis Garcia Villalba. Villar Mir é alvo de um processo aberto pelo juiz Baltazar Garzón - o mesmo que ordenou a prisão do ditador Augusto Pinochet, em Londres, em 1998 - por suspeita de apropriação indevida, administração fraudulenta e falsidade documental que teriam resultado no desvio de 30 milhões no caso Recol. Trata-se de uma suspeita de fraudes cometidas em 2000 por acionários da Recol Networks, da qual Villar Mil era sócio. O empresário e outros nove gestores teriam usado recursos da Recol de forma irregular para cobrir uma oferta pública para captação de fundos. O processo ainda não foi julgado. NÚMEROS 1.147 é a soma dos quilômetros da malha rodoviária administrada atualmente no Brasil pelo OHL 1.834 é o total de quilômetros de estradas que a OHL administra na Espanha, Brasil, Chile, México e Argentina 56% do faturamento do Grupo OHL é realizado na Espanha 23,8 bilhões é o quanto o grupo pretende investir a longo prazo em concessões públicas 89,5% dos recursos de sua carteira de longo prazo devem ser aplicados em concessões

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