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Oi assume BrT e fala em novas aquisições

Grupo quer dobrar base de clientes em cinco anos e se internacionalizar

Por Daniele Carvalho
Atualização:

Depois de quase nove meses da assinatura do acordo de compra e venda, a Oi assumiu ontem o controle da Brasil Telecom. A novela envolvendo a criação da supertele teve fim na quinta-feira, quando a Oi pagou R$ 5,3 bilhões aos controladores da BrT, numa transação que deve atingir volume total de R$ 13 bilhões. Apesar de vultosa, a operação não tirou o apetite da Oi por mais aquisições. "Novas aquisições não estão fora do nosso radar. Mas temos de ver os nossos compromissos de caixa", disse Falco. A operadora de telefonia de longa distância Intelig, que vive às voltas com boatos de venda, é uma das apostas do mercado como alvo da nova operadora, que precisa ganhar musculatura para enfrentar suas duas principais concorrentes: a espanhola Telefônica, que divide com a Portugal Telecom o controle da Vivo, a mexicana Telmex, dona da Claro e da Embratel. Falco não escondeu o interesse. "(A Intelig) é um ativo maravilhoso.Gostaria de comprar, mas o Cade não deixaria", argumentou. Outra empresa que poderia ser alvo de uma aquisição é a TIM Brasil, que já foi envolvida no final do ano passado em fortes rumores de uma venda para a Telefônica. Os controladores da TIM, no entanto, têm reafirmado não ter o menor interesse em vender a empresa. No exterior, as possibilidades de expansão, de acordo com Falco, podem estar na América Latina e nos países africanos de língua portuguesa. "Na América Latina não existem apenas empresas espanholas e mexicanas. Existem oportunidades, por exemplo, na Venezuela, Argentina e Peru", disse, referindo-se à forte presença dos grupos Telefônica e Telmex. Nos planos da empresa está a duplicação da base de clientes - hoje de 53 milhões - tanto no Brasil quando no exterior. A meta é atingir 110 milhões de usuários em cinco anos, dos quais 30 milhões seriam fora do País. Para desenvolver este e outros projetos, a empresa manteve a previsão de investir R$ 30 bilhões nesse período. Falco informou que nas próximas semanas um grupo de executivos vai começar a trabalhar na integração das empresas. De acordo com ele, a sinergia estará completa em 18 meses e deve consumir "uma centena de milhão". Após este período, o executivo acredita que a fusão permita uma economia de R$ 1 bilhão a valores presentes. A diretoria da Oi decidiu acabar com a marca Brasil Telecom. Falco frisou, no entanto, que alguns produtos poderão ter seus nomes mantidos. "Este é o caso do IG. Não há porque acabar com esta marca, que é tão conhecida", afirmou. Falco também anunciou o novo quadro de executivos da empresa. Três dos diretores da nova empresa são oriundos da BrT: Luiz Perroni assumiu a diretoria de Assuntos Internacionais. Francisco Santiago ficou com a diretoria de Operações e Jorge Jardim com a de Relações Institucionais. A aquisição da BrT ainda terá de passar pelo crivo do Cade. O órgão avaliará se a fusão das empresas cria problemas concorrenciais no setor. Apesar de faltar pouco para a concretização do negócio, Falco não descarta novos questionamentos. "Podem ocorrer litígios. A privatização do setor de telecomunicações ocorreu há 10 anos e ainda há litígios na justiça", disse.

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