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Oi levanta R$ 1,4 bilhão em leilão com venda de torres e data centers

As vencedores do leilão foram as companhias Highline do Brasil e a Piemonte Holdings; com a quantia, empresa vai pagar credores e ampliar os investimentos na fibra ótica

Foto do author Circe Bonatelli
Por Circe Bonatelli (Broadcast)
Atualização:

Quase sem surpresas, a Oi levantou hoje R$ 1,4 bilhão por meio dos leilões para venda das torres de telefonia móvel e data centers. A iniciativa faz parte do novo plano de recuperação judicial da companhia, aprovado em setembro. Ele prevê a liquidação de ativos para pagar credores e sustentar investimentos nos negócios de fibra ótica - que serão seu foco daqui em diante.

Os vencedores do leilão foram a Highline do Brasil e a Piemonte Holdings, empresas de infraestrutura em telecomunicações que já haviam feito ofertas firmes pelos ativos e se qualificado como principais proponentes para os leilões.

Com a venda de ativos, Oi vai conseguir ampliar os investimentos na fibra ótica, seu novo foco. Foto: Paulo Whitaker/Reuters

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A Highline, que pertencente ao fundo norte-americano Digital Colony, arrematou o conjunto de 637 torres móveis e 222 antenas indoor (usadas em prédios comerciais, como shoppings e hotéis) pelo lance de R$ 1,067 bilhão.

A surpresa foi a participação de última hora da gestora Pátria Investimentos no leilão. Ela não havia protocolado uma manifestação formal de interesse em entrar no leilão, conforme estabeleciam as regras do edital. No entanto, o Pátria entregou somente um envelope vazio, sem um lance pelas torres, o que causou estranheza ao juízo e não surtiu efeito.

O outro ativo em disputa era o conjunto de cinco data centers, arrematado pela Piemonte por R$ 325 milhões. Ela foi a única proponente.

Infraestrutura digital

Por trás dos lances no leilão, está um mercado aquecido, voltado à infraestrutura para as operadoras de telecomunicações, como torres, data centers e redes de fibra. É com base nisso que Oi, Vivo, Tim e Claro prestam o serviço de banda larga e internet móvel.

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Antigamente, as próprias operadoras era donas dessa infraestrutura, mas nos últimos anos passaram a vender esses ativos e liberar capital para investir nos pacotes de dados, aplicativos e parcerias comerciais.

"O Brasil ainda é um País pouco conectado. Temos muito espaço para crescer", afirma o italiano Alessandro Lombardi, fundador e presidente da Piemonte, que arrematou os data centers da Oi. "Nosso plano é estratégico e de longo prazo. Não viemos para especular".

A Piemonte Holding é uma gestora sediada no Rio de Janeiro e dona de uma carteira de mais de R$ 120 milhões em investimentos sobretudo no ramo de data centers. Seu principal negócio é a participação como acionista na GBT, o maior data center do País, que atende clientes como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

Os data centers da Oi ficam em São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Brasília, permitindo à Piemonte avançar no plano de ampliar sua presença no País. Segundo Lombardi, os próximos passos da companhia miram o Nordeste e o Centro-Oeste.

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Por sua vez, a Highline também tem um plano agressivo de crescimento. Nesta semana, ela fechou a compra da Phoenix Tower, num negócio que envolveu 2,5 mil torres e foi avaliado pelo mercado em cerca de R$ 2,5 bilhões. Após o leilão da Oi, o portfólio da Highline agora atinge um total de 4,1 mil torres - o quarto maior do Brasil, atrás somente da American Tower (19 mil unidades), SBA (8,5 mil) e Torresur (6,5 mil).

"Não medimos esforços em comprar as empresas sejam pequenas ou grandes, desde que façam sentido nas nossas contas", disse o presidente da Highline, Fernando Viotti. Segundo ele, o mercado está aquecido e empresa está fechando um contrato para construção de centenas de torres sob encomenda.

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