30 de julho de 2010 | 00h00
Depois de anunciar na quarta-feira a entrada da Portugal Telecom (PT) em seu bloco de controle, a Oi informou que seu lucro líquido somou R$ 444 milhões no segundo trimestre de 2010, revertendo o prejuízo de R$ 146 milhões registrado no mesmo período do ano passado. No primeiro trimestre, o lucro havia sido de R$ 496 milhões.
O diretor de Finanças e Relações com Investidores da Oi, Alex Zornig, atribuiu a queda de cerca de R$ 50 milhões no lucro da empresa entre o primeiro e o segundo trimestres à alta de juros da economia, que elevaram as despesas financeiras da empresa.
Segundo ele, a velocidade do aumento dos juros está maior do que a velocidade da redução de dívida da companhia. "A despesa financeira subiu pois a taxa de juros no Brasil subiu", afirmou, em conferência sobre os resultados.
A dívida líquida da Oi diminuiu 3,2% no segundo trimestre, para R$ 20,9 bilhões, enquanto sua receita líquida apresentou alta de 1,3%, comparada ao mesmo período de 2009, atingindo R$ 7,394 bilhões.
Os investimentos da empresa caíram 52,6% no segundo trimestre, ficando em R$ 446 milhões. De acordo com comunicado, a empresa tem buscado otimizar o uso da rede combinada da Oi e da Brasil Telecom, adquirida em 2008, para aumentar a capacidade sem investimentos adicionais este ano.
Estrutura societária. Zornig preferiu ontem focar no balanço e não entrar em detalhes sobre a entrada da PT na Oi, anunciada na véspera. No entanto, adiantou que o processo de simplificação societária da empresa continua suspenso, mesmo com os planos de entrada da PT na companhia.
A simplificação da complexa estrutura societária do grupo, com a formação de uma única classe de ações (hoje são sete) era vista pelo mercado como uma das oportunidades que a Oi teria pela frente com a chegada dos portugueses.
"Quando não foi aprovada a simplificação societária, dissemos que a coisa estava suspensa por tempo indeterminado. Então a entrada da Portugal Telecom não muda essa decisão", afirmou o executivo.
São Paulo. Zornig também afirmou que a união da Vivo com a operadora de telefonia fixa Telesp - que será feita agora, após o acordo da PT de vender sua participação na operadora celular para a Telefônica - significará para a Oi o fortalecimento de um concorrente no mercado de São Paulo.
"É um grande concorrente", afirmou, lembrando que em conjunto as duas passarão a vender pacote de serviços integrados. "Fica mais difícil tirar os clientes da Vivo." Zornig, ressalvou, porém, que hoje a Oi já conquista poucos clientes da Vivo.
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