PUBLICIDADE

Publicidade

OIE sugere medida para evitar trânsito do vírus da aftosa

Criação de três zonas tampão pode fazer com que o rebanho do Mato Grosso do Sul volte a ser reconhecido como área livre de febre aftosa com vacinação

Por Agencia Estado
Atualização:

Reunidos na semana passada em Paris, representantes dos países que integram a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) aprovaram uma resolução que sugere a criação de zonas tampão para conter o trânsito do vírus da febre aftosa nas fronteiras do Brasil e dos demais países da região. Os corredores sanitários seriam estabelecidos entre Brasil e Paraguai e entre Argentina e Paraguai. Uma terceira zona englobaria os três países. A criação dessas zonas foi sugerida pela OIE como forma de aceitar o pleito do Mato Grosso do Sul para que o rebanho do Estado volte a ser reconhecido como área livre de febre aftosa com vacinação. O Mato Grosso do Sul perdeu essa condição sanitária em outubro de 2005, quando foram diagnosticados focos de febre aftosa no rebanho local. Numa zona tampão, o trânsito de animais e de carne é controlado de forma rigorosa, explicou o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira. A sugestão da OIE foi repassada nesta quarta-feira pelo chefe da Comissão Técnica das Américas para a OIE, Jamil Gomes de Souza, aos integrantes do Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa), que reúne todos os órgãos de defesa sanitária dos 27 Estados da federação. Eles reuniram-se por mais de quatro horas na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília. Caso a sugestão da OIE não seja aceita, uma alternativa é que apenas o Mato Grosso do Sul seja considerado como zona tampão. Isso exigiria controle permanente do trânsito de animais vivos e de carne vendidos de outros Estados para o Mato Grosso do Sul. De acordo com Nogueira, a escolha caberá ao Mato Grosso do Sul. No sábado, disse, os pecuaristas vão se reunir em Campo Grande para avaliar as duas sugestões. A alternativa escolhida deverá ser apresentada à OIE até o dia 13 de fevereiro. "Se o programa for aprovado, a OIE poderá atender ao pedido", contou Nogueira. De acordo com ele, os pecuaristas do Mato Grosso do Sul disseram que têm interesse em instalar a zona tampão no Estado, mas que precisariam de compensações fiscais, já que o comércio de animais e carne ficaria limitado. "Em termos econômicos, a criação de uma zona tampão é interessante só se houver algum tipo de compensação. Em termos sanitários, é bom porque é possível avaliar a situação sanitária de determinado rebanho", afirmou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.