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OIT aponta melhora no mercado de trabalho na América Latina

Contudo, a Organização Internacional do Trabalho não vê melhorias na qualidade do mercado de trabalho da região. Empregos não são considerados "decentes" e há muita informalidade

Por Agencia Estado
Atualização:

A taxa de desemprego aberto (referente a pessoas desempregados que procuraram emprego nos 30 dias mais recentes) caiu e houve crescimento dos salários mínimo e industrial na América Latina no primeiro semestre deste ano. Esta é a conclusão de um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Panorama Laboral 2005. O documento mostra que a taxa de desemprego aberto caiu de 10,9% para 9,6% da População Economicamente Ativa (PEA), no primeiro semestre deste ano. A taxa de desemprego na Região equivale aproximadamente a 18,3 milhões de pessoas desocupadas. No mesmo período, houve um aumento real dos salários mínimo e industrial, de 1,1% em relação ao primeiro semestre de 2004. A OIT considera que o processo de recuperação do crescimento econômico e o cenário internacional favorável possibilitaram a melhoria destes indicadores. Contudo, ainda não foram suficientes para reverter o déficit de trabalho "decente" acumulado desde os anos 1990. A OIT considera trabalho "decente" aquele cuja remuneração é adequada e exercido em condições de eqüidade e segurança e capaz de dar uma vida digna à pessoa. O documento da OIT destaca também que continua elevada a participação do setor informal e uma baixa cobertura de proteção social (saúde e previdência). Salários O levantamento da OIT foi feito com base em dados disponibilizados por oito países da região. Os países que apresentaram crescimento nos salários foram Argentina (3,9%), Brasil (1,8%), Chile (1,3%), Colômbia (1,1%) e Uruguai (8,6%). Equador e Venezuela apresentaram queda nos salários industriais e no México o salário na indústria ficou constante. Em relação ao salário mínimo, a OIT destaca que houve um crescimento de 5% no primeiro semestre de 2005, considerando a média ponderada de 16 países. Em dez desses países, houve aumento do salário mínimo entre os quais está o Brasil com um aumento real de 3,4% no período. Quatro desses países tiveram queda do salário mínimo e em dois os salários mantiveram-se no mesmo patamar. Economia O relatório Panorama Laboral 2005 prevê um crescimento econômico de 4,2% do PIB para os países da América Latina neste ano. Com isso, segundo o documento, a Região completará um triênio de expansão do PIB. Em 2004, o crescimento econômico regional foi de 5,9% - o maior registrado nos últimos 25 anos. Mas a diretora do Escritório da OIT no Brasil, Laís Abramo, destacou que, para o crescimento econômico resultar em redução do desemprego, é preciso que seja um crescimento alto e por um período longo. Segundo Laís Abramo, o crescimento do PIB se dá por períodos curtos na maioria dos países da América Latina, à exceção de Chile e de Trinidad Y Tobago. O documento da OIT enfatiza que o bom desempenho econômico da América Latina é reflexo do aumento das exportações e da recuperação da demanda interna, principalmente na segunda metade de 2004.

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