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Professor de Finanças da FGV-SP

Olha a volatilidade chegando por aí, minha gente!

Cenário externo e interno tem trazido um maior grau de incertezas, com impacto direto nos mercados

Por Fábio Gallo
Atualização:

A proximidade das eleições municipais, a incerteza da trajetória fiscal, os desencontros dos Poderes, o vai e vem das decisões do governo e tudo mais que temos passado no ambiente interno tem trazido um maior grau de incerteza. Uma reação imediata que temos visto é que os juros de financiamento da dívida brasileira estão cada vez mais altos e os prazos sofrendo encurtamento. O cenário externo também tem potencializado a incerteza. O crescimento de novos casos da covid-19 na Europa, a falta de estímulos econômicos, o recrudescimento das tensões entre Estados Unidos e China e a ausência de boas notícias do mercado americano são fatores negativos, que trazem pessimismo aos investidores. O resultado é que a volatilidade tem aumentado e tudo indica que teremos mares bravios pela frente. Com essa visão, só nos resta discutir como sobreviver nesse ambiente e reduzir os potenciais danos. 

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Algumas recomendações são básicas. A primeira delas: não entrar em pânico. A pior atitude é ficar apavorado e começar a trocar de posições acreditando que irá se safar. Nessas horas, uma atitude reativa pode aumentar os prejuízos. A volatilidade faz parte dos investimentos. Assim, foque no longo prazo, estabeleça uma estratégia direcionada aos seus objetivos e aguente firme. 

Outra ação importante é manter sua carteira diversificada, tanto em classes de ativos como em prazo. Acompanhe o desempenho de suas aplicações em fundos para verificar se a carteira não tem um grau de risco elevado e se isso está provocando perdas em relação ao benchmark. Particularmente para a parte de renda variável de sua carteira, busque ficar na defensiva, posicionando-se com ações com beta mais baixo. Em outros termos, ações que tenham risco sistemático mais baixo, aquelas ações que reagem menos com as alterações do mercado. Isso significa adotar uma tática de alocação em ações investindo em setores mais defensivos e que usualmente sofrem menos com a baixa de mercado, como saúde e bens de consumo básico. 

Uma das saídas é comprar ETFs (Exchange Traded Funds) voltados a esse tipo de ações. Investir em empresas boas pagadoras de dividendos também pode ser uma alternativa para lidar com a volatilidade. Com a proximidade das eleições americanas, nessa busca de proteção alguns analistas indicam uma estratégia diferente e apontam investimentos em empresas que devem se sair melhor conforme a vitória de um ou outro candidato. Há listas de apostas no caso de vitória de Joe Biden, como Brookfield Renewable, Tesla, UnitedHealth Group, entre outras. No caso de Donald Trump sair vitorioso, a lista contém grandes bancos, Exxon Mobil, Amazon. Mas, cuidado com esse tipo de “previsão”. O caminho é planejar melhor e seguir firmemente uma estratégia olhando o longo prazo

*Fábio Gallo é professor de finanças da FGV-SP e da PUC-SP

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