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OMC avalia retaliações do Brasil ao Canadá

O julgamento da Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre o valor da retaliação do Brasil sobre o Canadá entra em um momento decisivo

Por Agencia Estado
Atualização:

O julgamento da Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre o valor da retaliação do Brasil sobre o Canadá entra em um momento decisivo. Em uma audiência na quinta-feira em Genebra, os diplomatas dos dois países tentarão justificar aos árbitros da OMC porque defendem valores tão diferentes no que se refere à sanção que o Brasil tem direito de aplicar como resultado da disputa entre as empresas Bombardier e Embraer. No início do ano, a OMC condenou a venda de jatos da Bombardier por terem contado com subsídios ilegais. Com a condenação, a OMC abriu caminho para que o Brasil pedisse compensações pelas perdas que a Embraer teve diante da concorrência desleal dos canadenses. Na reunião de amanhã, o Brasil tentará convencer os árbitros que os prejuízos para a empresa nacional chegaram à US$ 3,36 bilhões e, portanto, pedirá que a OMC autorize a aplicação da sanção nesse valor. Mas em um documento enviado pelo Canadá aos árbitros da OMC, os diplomatas de Ottawa defendem que o Brasil seja autorizado em retaliar o Canadá em apenas US$ 30 milhões por ano pelos prejuízos. O valor corresponde às exportações de apenas duas aeronaves, ainda que as exportações de mais de 150 jatos da empresa canadense tenham sido condenadas. Um dos argumentos dos canadenses é de que, há dois anos, a OMC condenou a venda de mais de mil jatos da Embraer e decidiu que o valor da retaliação seria de US$ 1,4 bilhão. Segundo funcionários da própria OMC, a reunião de amanhã será decisiva para que os árbitros estabeleçam o valor da retaliação. A perspectiva é de que o montante seja anunciado ainda em novembro. Apesar da disputa em torno do valor da retaliação, tanto o Brasil como o Canadá querem dar uma solução definitiva ao caso, que já está na OMC há cinco anos. A retaliação, seja qual for o valor, provavelmente nunca chegará a ser implementada. O objetivo, portanto, seria utilizar a autorização para barganhar uma saída favorável ao Brasil nas negociações.

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