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OMC convoca potências comerciais para reunião sobre Doha

Por LAURA MACINNIS
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As potências do comércio vão reunir-se no mês que vem para uma tentativa há muito esperada de romper o impasse nas conversações comerciais globais, que podem ser adiadas por anos se um acordo não for alcançado logo. O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, pediu nesta quarta-feira a realização de uma reunião de um grupo de ministros a partir de 21 de julho, provavelmente durante vários dias, para chegarem a uma conclusão na Rodada de Doha de negociações sobre a liberalização do comércio mundial, disseram diplomatas. "O diretor-geral nos disse que acha que estamos numa situação bastante boa para uma reunião ministerial no dia 21", disse o embaixador mexicano na OMC, Fernando de Mateo y Venturini, após uma rápida reunião nos escritórios da entidade. O encontro de julho incluiria de 35 a 40 ministros representando uma ampla gama de interesses nas negociações sobre abertura dos mercados agrícola, industrial e de serviços, que Lamy pretende consolidar em 2008. Se esses ministros puderem resolver com sucesso as diferenças na agricultura e no setor industrial -- as áreas mais difíceis nas conversações -- os diplomatas dizem que as bases de um acordo de Doha poderiam ser levadas à apreciação de todos os membros da OMC no máximo até o fim de julho. O setor de serviços seria discutido rapidamente pelos ministros e finalizado depois. "Acho que se pode perfeitamente imaginar que este acordo seja firmado, mas uma porção de trabalho duro precisa ser feita antes", disse o principal encarregado de comércio da União Européia, David O'Sullivan. "Concordo com ele", acrescentou o embaixador dos EUA na OMC, Peter Allgeier, que também esteve na reunião com Lamy. Um porta-voz da representante de Comércio dos EUA, Susan Schwab, advertiu depois de que divergências profundas persistem entre os países que negociam o acordo de Doha, que agora está em seu sétimo ano. "Embora tenha havido progresso nos últimos dias, nas semanas que antecedem o encontro ministerial há ainda muito trabalho pela frente e diferenças importantes", disse o porta-voz Sean Spicer. A Rodada de Doha foi lançada em 2001, pouco depois dos atentados de 11 de setembro nos EUA, na esperança de propiciar um estímulo à economia mundial e ajudar os países pobres a exportarem mais. Mas as negociações ultrapassaram vários prazos seguidamente porque os países, ricos e pobres, têm discordâncias em questões centrais como o corte dos subsídios à agricultura e das tarifas de importação e abertura dos mercados para mercadorias como carros ou têxteis. (Reportagem adicional de William Schomberg em Bruxelas, Katherine Baldwin em Londres e Missy Ryan em Washington)

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