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OMC libera mercado de bens de tecnologia

China e EUA acertaram um acordo e a Organização Mundial do Comércio (OMC) aprovou a liberalização do setor de tecnologia, num mercado avaliado em US$ 1 trilhão. O Brasil e a Índia, porém, não fazem parte do entendimento e consumidores nacionais não serão beneficiados por preços mais baixos para vídeo games, telefones ou computadores.

Por Jamil Chade , CORRESPONDENTE e GENEBRA
Atualização:

A OMC havia montado um palco para o anúncio oficial do acordo, ontem, em Genebra. Mas, na última hora, governos de cinco países indicaram que ainda precisariam consultar suas capitais para assinar o tratado. Entre eles está Taiwan, um dos maiores exportadores de bens de tecnologia.

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Mesmo assim, o diretor da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo, insistia que o acordo já é uma realidade e que será oficializado na semana que vem. "O comércio coberto nesse acordo é comparável ao fluxo comercial anual do comércio em ferro, aço, têxteis e roupas, somados", disse. " Esse é um grande acordo."

O tratado da OMC é o primeiro a levar tarifas a zero, por um prazo de 18 anos. Mas, ironicamente, não se trata de um acordo multilateral e não inclui todos os países, um dos princípios da entidade. Conhecido como Acordo de Tecnologia de Informação, o tratado foi primeiro criado em 1997 entre um grupo de países que não queria esperar por resultados de uma rodada mais ampla e fecharam um entendimento paralelo. Hoje, a iniciativa já conta com 54 economias e, na nova rodada de negociações, a meta era acabar com tarifas.

Inicialmente, uma lista de 350 produtos foi desenhada. Mas, por rejeição da China, telas planas foram retiradas do projeto de liberalização. A Coreia do Sul chegou a resistir.

O tratado chegou a ficar ameaçado e foi um entendimento bilateral entre Pequim e Washington que relançou o processo. Para a Casa Branca, o tratado faz parte de uma ofensiva do presidente Barack Obama pela abertura de mercados, numa clara indicação de que não vai esperar pela Rodada Doha.

Ontem, o representante de Comércio de Obama, Michael Froman, comemorou o acordo e indicou que exportações de mais de US$ 100 bilhões estariam incluídas no tratado. Segundo ele, 60 mil empregos seriam beneficiados.

Na lista de produtos sem tarifas estarão bens fabricados pelas empresas General Electric, Intel Corporation, Texas Instruments, Microsoft e Nintendo. Entre os produtos estão softwares, videogames, GPS e dezenas de outras inovações. Para a diretora de Comunicações da Intel, Lisa Malloy, o impacto do acordo é " enorme".

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