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OMC nega privilégios aos EUA e Europa

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Supachai Panitchpakdi, disse hoje que não haverá chances de os Estados Unidos e a União Européia imporem aos demais membros da OMC um acerto comum sobre a proteção agrícola e outros temas polêmicos da Rodada Doha, que acontecerá em Cancún, em setembro. "Todas essas negociações entre os Estados Unidos e a União Européia serão submetidas à Genebra (a sede da OMC), para que desfrutem do respaldo de todos os membros da organização. Não há chance de um acordo fechado somente entre eles ser validado", disse. Os dois mais poderosos membros da organização decidiram discutir o estreitamento das posições nesta semana, no Canadá, e pretendem concluir esse esforço até a conferência ministerial no México. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que se reuniu com Supachai, reiterou que o Brasil não diminuirá as ambições na área agrícola, mas adiantou que o governo levará a Cancún uma proposta adicional com o objetivo de desobstruir as negociações desse capítulo. Embora tenha reconhecido que os avanços obtidos na Rodada Doha até o momento não foram substanciais, Supachai considerou que será possível o encerramento dessa negociação até 1º de janeiro de 2005. Amorim indicou que não tem o mesmo otimismo em relação a esse prazo. Para ele, a conferência ministerial de Cancún poderá tornar-se apenas "uma etapa" da Rodada Doha, em vez de uma reunião decisiva. "Vamos almejar o máximo que for possível em Cancún e não queremos baixar o nível de ambição na Rodada Doha. Mas isso não pode ser confundido com o que será alcançado em Cancún", afirmou.

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